A história dos acossados do Sul
da Europa conta-se em poucas linhas. A União Europeia prometia atenuar
as assimetrias sociais e económicas entre Estados-membros, como parte
integrante do projecto europeu. Para atingir esse pretenso objectivo, os
países do sul - longe de conhecerem os níveis de desenvolvimento dos
países do centro e do norte da Europa - receberam apoios comunitários.
Em simultâneo acentuou-se a desindustrialização, agrava-se a iniquidade
das políticas agrícolas e de pescas.
Primeiro Maastricht, depois a União Económica e Monetária e o euro. Taxas de juros baixas, ilusões, consolidação de um mercado no sul da Europa para escoar os produtos do centro e norte. Pelo caminho, a banca que tudo financiou, regozijava.
Os mercados - essa panaceia - e o Banco Central Europeu, uma relação favorável para uma ínfima minoria.
A Alemanha. Hoje já ninguém fala do tão famigerado eixo franco-alemão. A Alemanha consolida a sua hegemonia económica e política.
O sistema intergovernamental, versus o federalismo. Por ora prefere-se o sistema intergovernamental que na prática se traduz num exercício constante de poder por parte de um país.
A crise, primeiro dos bancos, depois dos países. Esquece-se a origem, aplicam-se políticas económicas duras nos países que se portaram mal.
A culpa. Os processos de culpabilização. Os países do sul viveram acima das suas possibilidades.
A revolta. Comedida, controlada, cantada em alguns casos. Se as mesmas políticas fossem aplicadas nos países do centro e do norte da Europa teríamos "uma rebelião social". As palavras não são minhas - uma humilde cidadã europeia (ou da Europa do sul?); as palavras são de Jean-Claude Juncker.
Com efeito, se os acossados vivessem no norte da Europa, a história deste continente seria seguramente outra. Ou talvez os acossados do sul ainda venham a mostrar que a história do velho continente pode ainda ser outra.
Primeiro Maastricht, depois a União Económica e Monetária e o euro. Taxas de juros baixas, ilusões, consolidação de um mercado no sul da Europa para escoar os produtos do centro e norte. Pelo caminho, a banca que tudo financiou, regozijava.
Os mercados - essa panaceia - e o Banco Central Europeu, uma relação favorável para uma ínfima minoria.
A Alemanha. Hoje já ninguém fala do tão famigerado eixo franco-alemão. A Alemanha consolida a sua hegemonia económica e política.
O sistema intergovernamental, versus o federalismo. Por ora prefere-se o sistema intergovernamental que na prática se traduz num exercício constante de poder por parte de um país.
A crise, primeiro dos bancos, depois dos países. Esquece-se a origem, aplicam-se políticas económicas duras nos países que se portaram mal.
A culpa. Os processos de culpabilização. Os países do sul viveram acima das suas possibilidades.
A revolta. Comedida, controlada, cantada em alguns casos. Se as mesmas políticas fossem aplicadas nos países do centro e do norte da Europa teríamos "uma rebelião social". As palavras não são minhas - uma humilde cidadã europeia (ou da Europa do sul?); as palavras são de Jean-Claude Juncker.
Com efeito, se os acossados vivessem no norte da Europa, a história deste continente seria seguramente outra. Ou talvez os acossados do sul ainda venham a mostrar que a história do velho continente pode ainda ser outra.
Comentários