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Submarinos, uma Justiça que se afunda e um país à deriva


A famigerada história dos submarinos ainda vai dando que falar, sobretudo, graças ao envolvimento do agora ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Portas. A directora do DCIAP, Cândida Almeida - a mesma que proferiu um discurso memorável, pelas piores razões, na Universidade de Verão do PSD, tem vindo a desvalorizar o pretenso envolvimento do ministro em questão, preferindo acusar as autoridades alemãs pelos atrasos no processo.
Por outro lado, o Ministério Público tem outras suspeitas, designadamente sobre um pagamento de 25 milhões de euros a uma consultora que mais não serão do que "luvas". Cândida Almeida insiste em afastar suspeitas sobre Paulo Portas, o mesmo se terá passado com outras figuras proeminentes da vida política portuguesa. A directora do DCIAP também não acredita na corrupção que por aí tanto se fala. Trata-se afinal de falatório e pouco mais.
O certo é que a Justiça que já andava pelas ruas da amargura, tem agora o seu rosto na lama. O caso dos submarinos é só mais um exemplo de uma Justiça complexa, lenta e ineficaz que inviabiliza qualquer rumo de desenvolvimento. Com troika ou sem troika, o país continuará à deriva sem uma Justiça que garanta aos seus cidadãos um Estado de Direito digno da democracia.
Quanto a Paulo Portas, o silêncio é de ouro. Tenho dúvidas que este ou qualquer outro caso - mesmo com provas taxativas - tenha consequências. Se dúvidas existem, veja-se como Miguel Relvas continua a andar por aí como se nada se tivesse passado.

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