Pede-se, exige-se uma remodelação no seio do Executivo. Os primeiros a
fazê-lo são membros dos partidos que formam a coligação, em particular
do PSD. A ideia parece ser: a casa está podre, a cair, mas vamos
remodelá-la na esperança de aguentar o edifício mais uns tempos, mesmo
sabendo que os alicerces estão demasiado afectados. A ideia de se
edificar um novo projecto político é manifestamente ideia que não
convence uma boa parte da classe política.
Acena-se com o perigo da instabilidade política; recorda-se o periclitante caso grego; só falta chamar à colação a chegada do Apocalipse. Vale tudo para se evitar uma crise política. Tanto faz que a crise económica e social estejam a ganhar dimensões incomensuráveis. O que importa é evitar uma crise política.
O Governo recua na Taxa Social Única, no sentido de apaziguar os ânimos, embora seja evidente que outras alterações fortemente penalizadoras para a moribunda classe média estejam na calha.
Os cidadãos mostram um cansaço relativamente ao Governo, relativamente às difíceis condições de vida, em relação a toda uma classe política, em relação à mais do que exasperante ausência de esperança. As manifestações dão sinais de serem cada vez menos pacíficas. O Presidente da República afasta a todo o custo o cenário de crise política - será seguramente um dos tais que acredita que os alicerces da casa ainda estão em condições para a manter em pé.
De uma coisa podemos estar certos: a remodelação poderá, no melhor dos cenários, acalmar temporariamente os ânimos. Porém, já se terá esticado demasiado a corda e são muitos os que querem ver a casa ir abaixo, para no seu lugar se edificar uma outra coisa qualquer que lhes restitua a esperança no futuro.
Acena-se com o perigo da instabilidade política; recorda-se o periclitante caso grego; só falta chamar à colação a chegada do Apocalipse. Vale tudo para se evitar uma crise política. Tanto faz que a crise económica e social estejam a ganhar dimensões incomensuráveis. O que importa é evitar uma crise política.
O Governo recua na Taxa Social Única, no sentido de apaziguar os ânimos, embora seja evidente que outras alterações fortemente penalizadoras para a moribunda classe média estejam na calha.
Os cidadãos mostram um cansaço relativamente ao Governo, relativamente às difíceis condições de vida, em relação a toda uma classe política, em relação à mais do que exasperante ausência de esperança. As manifestações dão sinais de serem cada vez menos pacíficas. O Presidente da República afasta a todo o custo o cenário de crise política - será seguramente um dos tais que acredita que os alicerces da casa ainda estão em condições para a manter em pé.
De uma coisa podemos estar certos: a remodelação poderá, no melhor dos cenários, acalmar temporariamente os ânimos. Porém, já se terá esticado demasiado a corda e são muitos os que querem ver a casa ir abaixo, para no seu lugar se edificar uma outra coisa qualquer que lhes restitua a esperança no futuro.
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