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Num ano pode-se fazer tanta coisa

Até uma licenciatura. Se dúvidas houvesse, o caso de Miguel Relvas acaba por esclarecê-las. Miguel Relvas, ilustre ministro do Governo de Portugal, precisou de apenas uma ano para concluir a sua licenciatura. Aparentemente o seu currículo profissional prolífero e a disciplina que fez no curso de direito terão sido determinantes.
Num país de doutores, engenheiros e afins, a licenciatura, seja ela qual for, tem uma importância acrescida. Para políticos (a julgar por aquilo que se vê, para uma parte significativa desta classe) essa importância não passa por qualquer processo de relativização.
Há alguns anos atrás não se falava noutra coisa que não fosse a licenciatura de José Sócrates e a forma menos clara como a mesma foi conseguida.
Na verdade existem diferenças entre um caso e outro, mas no essencial a questão quer de um, quer de outro, prende-se com a forma pouco ortodoxa como a licenciatura foi conseguida e o provincianismo de um país em que o título académico ainda faz tanta diferença. No plano do carácter, da idoneidade, das competências, da seriedade, a exigência de muitos de nós parece baixar consideravelmente. Afinal de contas, o Sr. Dr é o Sr. Dr.
Num ano pode-se fazer tanta coisa, é certo. Uma licenciatura também. Se têm dúvidas perguntem ao Dr. Miguel Relvas, ele terá muito para partilhar da sua experiência.

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