Avançar para o conteúdo principal

Menos austeridade

Menos austeridade. É esse o entendimento dos líderes do G20, referindo-se à Europa. Não sabemos se a recomendação vai chegar aos ouvidos de Angela Merkel e do seu séquito, mas o que é certo é que esse também parece ser o entendimento dos líderes dos países mais ricos do mundo. Barack Obama, Presidente dos EUA, já tinha feito referência às doses cavalares de austeridade imposta muito em particular pela Alemanha e voltou a referi-lo.
Por cá, os Portugueses escolheram quem nunca escondeu ter a intenção de ir ainda mais longe do que o memorando de entendimento da famigerada Troika. Ainda assim, fizeram essa escolha, muitos com o objectivo de se penitenciarem devido aos anos de excessos. Errámos no passado, agora temos de sofrer para corrigir os erros. Ambas as premissas têm muito que se lhe diga. A primeira comporta erros que escapam à maior parte de nós; a segunda, os erros não estão a ser corrigidos. Mesmo se o défice fosse nulo, a economia nacional continuaria a padecer dos também famigerados problemas estruturais.
Outros, preferem nem se imiscuir nestas questões. Por considerarem o assunto pouco interessante, por acreditarem que é matéria de especialistas ou por crerem que se trata de uma assunto demasiado intrincado. Esta postura, contrária à do cidadão pleno, vigilante, interessado e participativo também é responsável por estarmos na situação em que estamos. A democracia não se esgota no acto eleitoral - a democracia também é participação, pluralidade de opinião e de informação, cidadania activa. Este é o maior défice que temos e o que verdadeiramente condiciona o desenvolvimento do país.
Menos austeridade, essa é a opinião das economias mais ricas do mundo. Não é essa a opinião de Angela Merkel, nem de Passos Coelho,

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa