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A miséria

A miséria mostra-se de várias formas. A mais evidente é aquela que implica a incapacidade de suprimir necessidades básicas. A mesma que terá levado muitos cidadãos a deslocarem-se a um conhecido grupo de supermercados para adquirir bens que lhes permitam suprimir essas necessidades durante meses.
Mas a miséria também pode adquirir outras formas que dificilmente podem contar com a compreensão dos outros. A pior forma é a miséria de espírito própria de quem se apropria indevidamente de um dia em que se celebram conquistas sociais para fazer promoções e ainda se vangloriar de estar a prestar um serviço aos cidadãos, quando na verdade apenas os sujeita a situações degradantes.
O melhor exemplo deste tipo de miséria pode ontem ser visto na TVI, onde um responsável pelo famigerado grupo tentou explicar o inexplicável. Pejado de boas intenções, o tal responsável não foi capaz de reconhecer que toda a situação é humilhante e que representa uma verdadeira afronta por decorrer precisamente no dia em que se celebram várias conquistas sociais que contribuíram para o desenvolvimento das sociedades.
A miséria de quem nos Governa é o contexto ideal para que estas e outras situações humilhantes continuem a ter lugar num país claramente à deriva. Há, no entanto, quem considere tudo isto normal.

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