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A difícil situação espanhola

Os principais líderes europeus, preocupados com o resultado que sairá das próximas eleições gregas, têm entre mãos um problema ainda mais grave: a situação espanhola.
Espanha, até à bem pouco tempo, era considerada por muitos um exemplo a seguir, inclusivamente no que diz respeito aos seus níveis de endividamento que continuam a estar longe dos valores alcançados por outros países da zona Euro.
Hoje constitui um problema. A bolha imobiliária e a fragilidade do seu sector bancário são problemas sem solução à vista. O Estado espanhol vai agora injectar - dinheiro dos contribuintes - 19 mil milhões de euros no banco Bankia, dinheiro que agravará a situação das contas públicas espanholas. A questão é a de saber até quando os cidadãos - muitos não escondem o seu acentuado descontentamento - aceitarão este misto de austeridade e de injecção de dinheiros públicos em bancos.
De qualquer modo, o que é certo que é o Estado espanhol tem dificuldades crescentes em se financiar e as famigeradas agências de notação financeira ajudam à festa com cortes na notação financeira, muito em especial dos bancos. Uma das regiões mais ricas do país - a Catalunha - já fez saber que atravessa dificuldades. Outra questão interessante é a de saber se haverá dinheiro para "socorrer" a quarta economia mais forte da Zona Euro, como se fez com Grécia, Irlanda e Portugal. Dificilmente.

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