Avançar para o conteúdo principal

Onde é que pára o crescimento?

Na última cimeira que reuniu os 27 Estados-membros da União Europeia discutiu-se a importância do crescimento económico. O que não foi dito é que esse crescimento económico é inviabilizado por doses cavalares de austeridade.
No caso grego, a ideia de crescimento económico nem sequer é abordada. Como o FMI fez questão de lembrar, importa que a Grécia aprofunde ainda mais a aplicação de medidas de austeridade, isto caso pretenda receber nova ajuda externa. Ou seja, são necessárias mais medidas de austeridade.
Assim, fala-se na necessidade de reduzir o salário mínimo grego e cortar-se nas férias do sector privado. Sim, o salário mínimo.
Consequentemente, se perguntarmos onde é que pára o crescimento, muito em particular no caso grego, não encontramos respostas. A austeridade é o caminho, o crescimento económico e a promoção de emprego virão depois, com um bocadinho de fé.
A realidade demonstra que o crescimento económico não chegará. O que os gregos têm para mostrar é um retrocesso social sem precedentes. Eles empobreceram, nós estamos a empobrecer e o nosso Governo estabelece como meta esse mesmo empobrecimento.
Os países que compõem a Zona Euro voltam a mostrar preocupação com Portugal. O nosso primeiro-ministro diz que vai cumprir os objectivos estabelecidos pela troika, custe o que custar. A taxa de desemprego subiu em Portugal como nunca se viu. O primeiro-ministro reafirma que nós não somos a Grécia. Nada disto será esquecido. Esquecido só mesmo o crescimento económico e a promoção de emprego.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa...

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação ...

Fim do sigilo bancário

Tudo indica que o sigilo bancário vai ter um fim. O Partido Socialista e o Bloco de Esquerda chegaram a um entendimento sobre a matéria em causa - o Bloco de Esquerda faz a proposta e o PS dá a sua aprovação para o levantamento do sigilo bancário. A iniciativa é louvável e coaduna-se com aquilo que o Bloco de Esquerda tem vindo a propor com o objectivo de se agilizar os mecanismos para um combate eficaz ao crime económico e ao crime de evasão fiscal. Este entendimento entre o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista também serve na perfeição os intentos do partido do Governo. Assim, o PS mostra a sua determinação no combate à corrupção e ao crime económico e, por outro lado, aproxima-se novamente do Bloco de Esquerda. Com efeito, a medida, apesar de ser tardia, é amplamente aplaudida e é vista como um passo certo no combate à corrupção, em particular quando a actualidade é fortemente marcada por suspeições e por casos de corrupção. De igual forma, as perspectivas do PS conseguir uma ma...