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Ainda sem acordo

Os ministros das Finanças do Eurogrupo não aceitou a aprovação de um novo pacote de resgate de 130 mil milhões de euros para a Grécia. Este país necessita de cortar mais 325 milhões de euros. Ou seja, é necessário ainda mais austeridade para além do corte abjecto no salário mínimo, para além dos despedimentos na função pública e dos cortes na saúde.
Ontem também se soube que a taxa de desemprego na Grécia já ultrapassa os vinte por cento, sendo que aumentou vertiginosamente nos últimos meses. Assim, mais de um milhão de Gregos encontram-se sem emprego. Um verdadeiro exército de desempregados num país em que as convulsões sociais poderão recrudescer nos próximos tempos.
O acordo acabará por se concretizar. A questão é saber onde é que a coligação que está a frente dos destinos do país poderá cortar.
Os resultados de tanta austeridade degeneram apenas em mais pobreza e na incapacidade do país recuperar. Aliás, percebe-se que a Grécia é um país condenado por largas décadas. Os egoísmos na União Europeia continuam a levar a melhor, com todos a distanciarem-se do Estado pária em que o berço da democracia se transformou aos olhos dos restantes países da Europa.
Por cá, anda tudo em alvoroço devido a uma conversa privada entre o ministro Português das Finanças e o ministro Alemão. As duas personagens de um verdadeiro filme de terror cochichavam sobre a possibilidade de maior flexibilização das medidas acordadas com a Troika. Uma das personagens deste filme de terror não cessava de enfatizar o quanto nós nos portamos bem e a outra, no alto da sua sabedoria, falava em flexibilização. Por cá, o ministro já reiterou que não haverá qualquer flexibilização. Arrepiante. Simplesmente arrepiante.

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