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Mudanças laborais

Trabalhar mais, ganhar menos, mais facilidade no despedimento. A premissa é antiga e esteve na origem de acentuadas convulsões sociais nos últimos séculos. Apesar da História nos ensinar que os cidadãos têm o seu limite e quando esse limite é ultrapassado as consequências são ainda mais gravosas, continua-se a insistir nesta velha receita. Noutros contextos aplicou-se a mesma receita com promessas de um amanhã mais promissor. Esse amanhã não chegou. O resultado foi o esperado: empobrecimento, menos direitos laborais, retrocesso social com todas as consequências inerentes.
O Governo português aposta na mesma receita em nome do aumento da competitividade. Salários baixos num país de salários baixos; aposta nos apoios a empresas para que estas paguem ainda menos salários - a medida do Estado pagar uma parte do subsídio de desemprego e o patrão pagar uma parte do salário para um desempregado que regressa ao trabalho tem muito que se lhe diga e é um excelente negócio para as empresas, vamos ver o grau de rotatividade destes trabalhadores. - e trabalhar mais tempo é a receita do Governo. Pelo caminho atropelam-se direitos e vive-se todo o esplendor do neoliberalismo que está na origem do empobrecimento dos cidadãos.
Esta receita tem de ser combatida. Esse combate não trará frutos de imediato, é um processo que levará o seu tempo, mas que precisa de contar com a força e persistência dos cidadãos. Esse combate deve também ser travado no próximo dia 21 de Janeiro, às 15 horas no Marquês de Pombal em Lisboa.

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