Avançar para o conteúdo principal

Mudanças laborais

Trabalhar mais, ganhar menos, mais facilidade no despedimento. A premissa é antiga e esteve na origem de acentuadas convulsões sociais nos últimos séculos. Apesar da História nos ensinar que os cidadãos têm o seu limite e quando esse limite é ultrapassado as consequências são ainda mais gravosas, continua-se a insistir nesta velha receita. Noutros contextos aplicou-se a mesma receita com promessas de um amanhã mais promissor. Esse amanhã não chegou. O resultado foi o esperado: empobrecimento, menos direitos laborais, retrocesso social com todas as consequências inerentes.
O Governo português aposta na mesma receita em nome do aumento da competitividade. Salários baixos num país de salários baixos; aposta nos apoios a empresas para que estas paguem ainda menos salários - a medida do Estado pagar uma parte do subsídio de desemprego e o patrão pagar uma parte do salário para um desempregado que regressa ao trabalho tem muito que se lhe diga e é um excelente negócio para as empresas, vamos ver o grau de rotatividade destes trabalhadores. - e trabalhar mais tempo é a receita do Governo. Pelo caminho atropelam-se direitos e vive-se todo o esplendor do neoliberalismo que está na origem do empobrecimento dos cidadãos.
Esta receita tem de ser combatida. Esse combate não trará frutos de imediato, é um processo que levará o seu tempo, mas que precisa de contar com a força e persistência dos cidadãos. Esse combate deve também ser travado no próximo dia 21 de Janeiro, às 15 horas no Marquês de Pombal em Lisboa.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma