Avançar para o conteúdo principal

Manifestação de dia 21

Tal como previsto no dia 21 teve lugar em Lisboa uma manifestação de movimentos de cidadãos que a comunicação social designa de "indignados". Excepção feita a um episódio menos feliz que envolveu um grupo de pessoas ligadas à extrema-direita, a manifestação decorreu num contexto de cidadania activa, pacificamente.
A adesão não foi comparável a outras manifestações recentes, mas importa louvar o esforço levado a cabo por pessoas que lutam por um país melhor. No fundo é disso que se trata. Infelizmente, este esforço é amiúde mal compreendido por outros cidadãos que vêem invariavelmente motivos para criticar até aqueles que lutam contra as injustiças.
Por outro lado, a ideia de que não existem alternativas também encontra o seu espaço. A desigualdade faz o seu caminho, o desemprego grassa, o retrocesso social é sentido a cada dia que passa, mas não há alternativa. A comunicação social, socorrida dos comentadores do costume, faz-nos o favor de relembrar todos os dias que estes males são necessários. O Governo tem, desse ponto de vista, um apoio de peso da comunicação social.
No dia 21 vários cidadãos saíram à rua também com o objectivo de mostrar que essas alternativas existem. A assembleia popular que teve lugar junto ao Parlamento mostrou que há quem não se resigne e que lute pela divulgação dessas mesmas alternativas.
Com efeito, quanto não sabemos da existência de alternativas, o pensamento único instala-se. A luta também se faz nesse campo.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa