António José Seguro, secretário-geral do PS, classificou a última entrevista do primeiro-ministro como sendo a prova da direita mais ultraliberal e conservadora que já esteve no poder em Portugal. A classificação é consonante com a realidade. Este Governo dá provas diárias de subscrever integralmente esse ultraliberalismo de que o líder do PS falou ontem.
Se dúvidas existissem, atente-se à forma como o primeiro-ministro falou do Banco Central Europeu, mostrando com particular veemência a sua recusa em aceitar mudanças na natureza do BCE. Ora, talvez o problema mais premente da Zona Euro e um dos principais causadores da crise que se vive no seio da moeda único prendem-se precisamente com a natureza do BCE que em nome da sua independência e da mais abjecta ortodoxia económica permitiu que a banca tivesse um poder incomensurável sobre a dívida dos países. Não há muito tempo assistiu-se à obscenidade do BCE emprestar dinheiro à banca a uma taxa de juro residual para que essa banca emprestasse aos Estados a juros incomportáveis. Para Passos Coelho, o mesmo que afasta a possibilidade da existência de eurobonds, nada disto constitui problema.
Com efeito, Passos Coelho, cego pelo neoliberalismo ou ultraliberalismo como Seguro afirma, erra duplamente. Erra nas políticas aplicadas no país, políticas que degeneram em mais recessão - na linha do empobrecimento que ele deseja para o país - e erra na recusa de soluções que permitissem alterar a arquitectura da moeda única, soluções essas que poderão ser a única salvação para a moeda única.
A entrevista do primeiro-ministro não constitui novidade precisamente na medida em que se mostrou cabalmente onde é que o primeiro-ministro se posiciona ideologicamente. De resto, Passos Coelho já mostrou em diversas ocasiões ser um fiel arauto da mesma ideologia que está a destruir as economias - a mesma que está subjacente à crise de 2008 e a mesma cujas soluções têm sido aplicadas e que levam a Europa para o abismo.
Se dúvidas existissem, atente-se à forma como o primeiro-ministro falou do Banco Central Europeu, mostrando com particular veemência a sua recusa em aceitar mudanças na natureza do BCE. Ora, talvez o problema mais premente da Zona Euro e um dos principais causadores da crise que se vive no seio da moeda único prendem-se precisamente com a natureza do BCE que em nome da sua independência e da mais abjecta ortodoxia económica permitiu que a banca tivesse um poder incomensurável sobre a dívida dos países. Não há muito tempo assistiu-se à obscenidade do BCE emprestar dinheiro à banca a uma taxa de juro residual para que essa banca emprestasse aos Estados a juros incomportáveis. Para Passos Coelho, o mesmo que afasta a possibilidade da existência de eurobonds, nada disto constitui problema.
Com efeito, Passos Coelho, cego pelo neoliberalismo ou ultraliberalismo como Seguro afirma, erra duplamente. Erra nas políticas aplicadas no país, políticas que degeneram em mais recessão - na linha do empobrecimento que ele deseja para o país - e erra na recusa de soluções que permitissem alterar a arquitectura da moeda única, soluções essas que poderão ser a única salvação para a moeda única.
A entrevista do primeiro-ministro não constitui novidade precisamente na medida em que se mostrou cabalmente onde é que o primeiro-ministro se posiciona ideologicamente. De resto, Passos Coelho já mostrou em diversas ocasiões ser um fiel arauto da mesma ideologia que está a destruir as economias - a mesma que está subjacente à crise de 2008 e a mesma cujas soluções têm sido aplicadas e que levam a Europa para o abismo.
Comentários