As declarações primeiro de um putativo membro do Governo, depois do próprio primeiro ministro e agora de Paulo Rangel, eurodeputado do PSD,apontam todas no mesmo sentido: a emigração. O eurodeputado sugere agora a criação de uma agência nacional que ajude os cidadãos a emigrar,
De facto, não se conseguindo combater o desemprego, insiste-se com os cidadãos para que estes contemplem a hipótese de emigrar, ao ponto de se criar mais uma agência que facilite a tarefa. Relativamente aos membros do Governo e do partido do Governo, nem isto chega a surpreender vindo de quem vêm. Em bom rigor, o país está a ser desconstruído e o que for passível de ser vendido, se-lo-á.
A emigração é sempre uma possibilidade. Porém, os representantes políticos, responsáveis pelo futuro (ou ausência) do país não podem estar constantemente a insistir nessa possibilidade. Afinal de contas, não se poderá inferir que a partir dessas afirmações o próprio Governo está a assumir a sua incapacidade para dar ao país um horizonte, um futuro?
Para além das dificuldades que o país atravessa, para além do desemprego, do retrocesso social, da miséria, acrescente-se agora - pelos menos nos últimos seis meses - o cerceamento da esperança. Ora, sem esperança nada se constrói; sem esperança, desiste-se. É precisamente num contexto de ausência de esperança que o Governo age, relembrando aos portugueses que o país, embora sem futuro, tem sempre uma porta aberta para os que quiserem sair.
De facto, não se conseguindo combater o desemprego, insiste-se com os cidadãos para que estes contemplem a hipótese de emigrar, ao ponto de se criar mais uma agência que facilite a tarefa. Relativamente aos membros do Governo e do partido do Governo, nem isto chega a surpreender vindo de quem vêm. Em bom rigor, o país está a ser desconstruído e o que for passível de ser vendido, se-lo-á.
A emigração é sempre uma possibilidade. Porém, os representantes políticos, responsáveis pelo futuro (ou ausência) do país não podem estar constantemente a insistir nessa possibilidade. Afinal de contas, não se poderá inferir que a partir dessas afirmações o próprio Governo está a assumir a sua incapacidade para dar ao país um horizonte, um futuro?
Para além das dificuldades que o país atravessa, para além do desemprego, do retrocesso social, da miséria, acrescente-se agora - pelos menos nos últimos seis meses - o cerceamento da esperança. Ora, sem esperança nada se constrói; sem esperança, desiste-se. É precisamente num contexto de ausência de esperança que o Governo age, relembrando aos portugueses que o país, embora sem futuro, tem sempre uma porta aberta para os que quiserem sair.
Comentários
A Pátria-Mãe p'ra mim madrasta,
empurrou-me p'rà emigração,
e maldita seja a Governação,
que Portugal p'rà miséria arrasta.