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2012, o ano de todos os perigos

Para o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho o ano de 2012 poderá significar o "princípio do fim da emergência nacional”. Este anúncio de uma espécie do fim da crise mais não serve do que animar, mostrando uma luz ao fundo do túnel, os cidadãos que vivem cada vez mais debilitados fruto do aumento dos impostos, dos cortes no Estado Social cujos impactos ainda não se sentem verdadeiramente e com os efeitos das políticas recessivas que se traduzem em mais desemprego e mais miséria.
Numa época em que a economia relativiza tudo o resto, tentam dizer-nos que o caminho é o da sangria fiscal e dos cortes exacerbados em áreas que não no aparelho do Estado, nas suas gorduras que por sua vez engordam tanta gente.
O primeiro-ministro tenta nos convencer que este é o rumo certo. Pelo caminho não se assiste a uma única medida que permita mudar o que está errado na Administração Pública, não se ouve uma ideia para tornar a Justiça eficiente, nem tão pouco se percebe como é que o país vai recuperar sem crescimento económico.
2012, ao contrário que o primeiro-ministro afirma, será o ano de todos os perigos. O grosso das medidas incluídas no memorando da troika são para serem aplicadas em 2012, a isto acresce a voracidade do Governo em ir mais longe do que o que está estipulado nesse memorando. O resultado será inevitavelmente um retrocesso social sem precedentes. E para quê? Para mais anos sem crescimento económico, vivendo-se na ilusão de que tudo isto se resolve sem se crescer. 2012 é o ano de todos os perigos do ponto de vista social. Talvez os cidadãos durante esse ano não consigam viver mais tempo na inércia e na apatia, mostrando o seu descontentamento. Há quem tenha mau acordar, a ver vamos se é assim o nosso povo.

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