Por cá, insiste-se na ilusão de quanto mais austeridade, melhor. O país concentra-se nesta via como solução para os problemas financeiros. Embora, seja por demais evidente que o caminho da austeridade degenera invariavelmente em recessão, desemprego, menos receita fiscal, mais sofrimento das populações. E tudo para quê? Para nada, como se vê por outros casos na Europa. Por cá, ainda se quer ir mais longe do que a Troika. Por cá, o Governo fala em buracos colossais, sem concretizar, e com a agravante de piorar a imagem do país.
A austeridade como panaceia para todos os problemas não é o caminho como o futuro encarregar-se-á de demonstrar, para aqueles que têm dificuldades em ver o que está a acontecer hoje. Todavia, a economia do país tem problemas que se manterão com maiores ou menores dificuldades financeiras. Urge combater-se o endividamento privado e melhorar as leis do arrendamento, apostando igualmente numa forte reabilitação urbana. É imperativo que a produtividade do país seja aumentada, e não à custa de leis laborais que constituem verdadeiros retrocessos sociais. A melhoria da produtividade só será alcançada com uma mudança de mentalidade dos empresários e com uma aposta séria nas empresas, abandonando-se as negociatas seguras com o Estado. A questão da produtividade tem que ser discutida e melhorada, mas não à custa dos trabalhadores que têm sido os bodes expiatórios.
De igual forma, a ineficiência da Justiça, a corrupção e a partidocracia têm que conhecer um fim. Na Educação tem que se gerar consensos. O investimento público, quando regressar, tem que ser direccionado para outras áreas - o modelo de baixos salários faliu. O país tem que fazer uma aposta colectiva na produção de bens transaccionáveis, apostar na supressão de necessidades internas e nas exportações.
Não podemos esperar pelo fim dos problemas financeiros para começar este trabalho que já vem com décadas de atraso. Dir-se-á que neste momento não possível empreender o que foi dito acima. As dificuldades são assinaláveis, mas o país não se pode dar ao luxo de continuar a adiar o seu futuro, sob pena de ver todos os seus problemas agravados.
O que é que nós, cidadãos comuns podemos fazer? Podemos começar por responsabilizar quem se apropriou do Estado para servir os seus próprios interesses. A responsabilização de quem é detentor de cargos públicos não pode continuar a ser adiada. Os cidadãos podem e devem estar mais informados, saírem da redoma das televisões, exigirem mais dos seus políticos, pugnarem por uma democracia mais participativa. A cidadania não se esgota no acto eleitoral, tem que ir muito para além disso. Um bom exemplo seria a mobilização no sentido de se exigir uma verdadeira auditoria à dívida. Essa não será uma iniciativa dos partidos políticos, mas a democracia não se esgota nos partidos políticos.
Temos vários desafios pela frente, mas talvez o mais importante seja a defesa do Estado Social e dos direitos laborais. O mais importante será não permitir que o retrocesso social que nos tentam impor se venha a concretizar. Essa é uma dívida que temos para connosco e para com as gerações mais novas. Além do mais, trata-se de um verdadeiro atentado contra a memória de todos os que lutaram - alguns com perdas irreparáveis - para que hoje termos os direitos que ainda temos.
A austeridade como panaceia para todos os problemas não é o caminho como o futuro encarregar-se-á de demonstrar, para aqueles que têm dificuldades em ver o que está a acontecer hoje. Todavia, a economia do país tem problemas que se manterão com maiores ou menores dificuldades financeiras. Urge combater-se o endividamento privado e melhorar as leis do arrendamento, apostando igualmente numa forte reabilitação urbana. É imperativo que a produtividade do país seja aumentada, e não à custa de leis laborais que constituem verdadeiros retrocessos sociais. A melhoria da produtividade só será alcançada com uma mudança de mentalidade dos empresários e com uma aposta séria nas empresas, abandonando-se as negociatas seguras com o Estado. A questão da produtividade tem que ser discutida e melhorada, mas não à custa dos trabalhadores que têm sido os bodes expiatórios.
De igual forma, a ineficiência da Justiça, a corrupção e a partidocracia têm que conhecer um fim. Na Educação tem que se gerar consensos. O investimento público, quando regressar, tem que ser direccionado para outras áreas - o modelo de baixos salários faliu. O país tem que fazer uma aposta colectiva na produção de bens transaccionáveis, apostar na supressão de necessidades internas e nas exportações.
Não podemos esperar pelo fim dos problemas financeiros para começar este trabalho que já vem com décadas de atraso. Dir-se-á que neste momento não possível empreender o que foi dito acima. As dificuldades são assinaláveis, mas o país não se pode dar ao luxo de continuar a adiar o seu futuro, sob pena de ver todos os seus problemas agravados.
O que é que nós, cidadãos comuns podemos fazer? Podemos começar por responsabilizar quem se apropriou do Estado para servir os seus próprios interesses. A responsabilização de quem é detentor de cargos públicos não pode continuar a ser adiada. Os cidadãos podem e devem estar mais informados, saírem da redoma das televisões, exigirem mais dos seus políticos, pugnarem por uma democracia mais participativa. A cidadania não se esgota no acto eleitoral, tem que ir muito para além disso. Um bom exemplo seria a mobilização no sentido de se exigir uma verdadeira auditoria à dívida. Essa não será uma iniciativa dos partidos políticos, mas a democracia não se esgota nos partidos políticos.
Temos vários desafios pela frente, mas talvez o mais importante seja a defesa do Estado Social e dos direitos laborais. O mais importante será não permitir que o retrocesso social que nos tentam impor se venha a concretizar. Essa é uma dívida que temos para connosco e para com as gerações mais novas. Além do mais, trata-se de um verdadeiro atentado contra a memória de todos os que lutaram - alguns com perdas irreparáveis - para que hoje termos os direitos que ainda temos.
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