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Os senhores que se seguem

Os senhores que se seguem não entusiasmam, foram eleitos consequência da má prestação do anterior governo. Vingou a postura da alternância - se um fica desgastado, escolhe-se o outro que por sua vez, sem maioria absoluta, convida o parceiro natural para formar coligação.
A ausência de entusiasmo não se prende apenas com a difícil situação do país e com a imposição de um programa externo, prende-se igualmente com o afastamento dos cidadãos relativamente a uma classe política vista como uniforme, pouco competente e centrada em interesses que pouco se coadunam com o interesse dos cidadãos.
Assim, não causa espanto que os senhores que se seguem não causem grande entusiasmo, desde logo porque foram eleitos na perspectiva da alternância, porque estão comprometidos com um programa externo - e querem ir mais longe - e, claro está, porque estes partidos políticos não entusiasmam ninguém, porque são partidos dedicados à distribuição de lugares, a negociatas mais ou menos obscuras e compostos por gente subserviente e submissa a ditames da UE, da banca e de grandes empresas. São partidos que deixam para a classe média e para as classes mais baixas o ónus de aguentar um barco que deixa entrar água por todo o lado.
Não é possível que os senhores que se seguem não percebam que se continuarem a agir como tem sido hábito até aqui é a democracia que sai fragilizada, dia após dia.

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