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Campanha eleitoral e o Estado Social

De nada adianta andar-se a apregoar a defesa do Estado Social se não existirem meios de garantir a sua sustentabilidade. De igual modo, há quem alegue fazer a sua defesa, mas subvertendo a própria natureza do Estado Social. Ambas as posições podem ser encontradas nas propostas dos principais partidos.
De resto, é notório que a discussão em torno do Estado Social que pretende servir de bandeira do Partido Socialista tem caído reiteradamente na mais abjecta vacuidade. De facto, não se discute o Estado Social, a forma de garantir o seu financiamento e a própria filosofia que lhe subjaz. Apenas se afirma fazer a sua defesa.
Não se retira nada de elucidativo sobre o Estado Social e sobre outros assuntos desta campanha eleitoral. O tempo é gasto em frases de acusação mútua numa espécie de exercício pueril e desfasado da realidade que nos atinge.
Sobre o Estado Social importa perceber se a sua abrangência é viável, se não deveria estabelecer um conjunto de prioridades na área da Saúde (com o reforço do Sistema Nacional de Saúde), na área da Educação e Segurança Social. Infelizmente, esta e outras questões têm sido ignoradas por quem se propõe governar Portugal em conjunto com a Troika, claro está.

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