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Saídas para a crise

É por demais evidente que é imperativo que os partidos que se propõem governar o país discutam saídas para a crise. E embora essas saídas sejam manifestamente condicionadas pela evolução da economia portuguesa, não deixa de ser necessário que sejam discutidas.
De facto, o país está confrontado com uma situação muito intrincada: entre juros, PPP e dívidas de empresas públicas é expectável que todas as soluções apontadas neste momento sejam falíveis. De qualquer modo, espera-se que, apesar de todos os condicionamentos fruto do entendimento com a troika e consequência da grave situação do país, os partidos políticos apontem soluções para o crescimento da economia e para a consolidação das contas públicas.
As soluções serão seguramente onerosas, mas também têm que o ser para aqueles sectores da sociedade que têm escapado mais ou menos incólumes aos sacrifícios pedidos. É evidente que são os mais desfavorecidos e a classe média os mais sacrificados.
Podemos estar certos do seguinte: depois de anos de descalabro, não serão PS, PSD ou CDS a encontrar soluções para o país - estes partidos estão comprometidos com um modelo de desenvolvimento que apenas desenvolveu as contas bancárias de alguns priveligiados, enquanto empobreceram o resto do país. É preciso ter isto em conta no dia 5 de Junho.

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