A possibilidade de reestruturação da dívida é assunto que se evita discutir. Embora a imprensa alemã já tenha avançado essa possibilidade por diversas vezes. procura-se não discutir a possibilidade até porque ninguém quer despertar as atenções dos mercados que entraram em polvorosa com a palavra "reestruturação". As dificuldades da Grécia empurram as mais altas instâncias da UE e do FMI para essa discussão.
Em Portugal, os cidadãos são obrigados a conviver com uma pré-campanha eleitoral com a habitual relevância dos suspeitos do costume - os tais que num misto de ignorância e interesses obscuros levaram o país à beira do abismo. Os restantes partidos, em particular aqueles que não têm assento parlamentar, ter-se-ão de contentar com umas esmolas da comunicação social. Não deixa de ser curioso ver que a venda de ilusões continua a ser um sucesso em Portugal.
Com efeito, parece-me que ainda haverá muitos que não perceberam a real dimensão das dificuldades de um país endividado que contraiu um empréstimo avultado, com juros altos, para pagar até despesa corrente; um país que só para pagar juros teria que crescer significativamente, quando na verdade só vai conhecer um longo período de recessão. Chegará a altura em que se perceberá que nada disto resultará, talvez aí a palavra reestruturação entrará definitivamente no nosso vocabulário. E as suas implicações imediatas, nas nossas vidas - mais recessão, cortes substanciais em salários e pensões, mais desemprego. Posteriormente, talvez venha a recuperação económica.
É claro que tudo isto podia ser evitado se a União Europeia, nomeadamente os países que compõem a Zona Euro caminhassem para o caminho da soberania política, passando por alterações no domínio do Orçamento da UE, da uniformização fiscal e da alteração da natureza do Banco Central Europeu. Mas como Paul Krugman refere num artigo no New York Times, se a Europa nem quis ouvir falar na criação de "e-bonds", proposta do Luxemburgo, quanto mais discutir-se o caminho de uma federação de Estados.
Em Portugal, os cidadãos são obrigados a conviver com uma pré-campanha eleitoral com a habitual relevância dos suspeitos do costume - os tais que num misto de ignorância e interesses obscuros levaram o país à beira do abismo. Os restantes partidos, em particular aqueles que não têm assento parlamentar, ter-se-ão de contentar com umas esmolas da comunicação social. Não deixa de ser curioso ver que a venda de ilusões continua a ser um sucesso em Portugal.
Com efeito, parece-me que ainda haverá muitos que não perceberam a real dimensão das dificuldades de um país endividado que contraiu um empréstimo avultado, com juros altos, para pagar até despesa corrente; um país que só para pagar juros teria que crescer significativamente, quando na verdade só vai conhecer um longo período de recessão. Chegará a altura em que se perceberá que nada disto resultará, talvez aí a palavra reestruturação entrará definitivamente no nosso vocabulário. E as suas implicações imediatas, nas nossas vidas - mais recessão, cortes substanciais em salários e pensões, mais desemprego. Posteriormente, talvez venha a recuperação económica.
É claro que tudo isto podia ser evitado se a União Europeia, nomeadamente os países que compõem a Zona Euro caminhassem para o caminho da soberania política, passando por alterações no domínio do Orçamento da UE, da uniformização fiscal e da alteração da natureza do Banco Central Europeu. Mas como Paul Krugman refere num artigo no New York Times, se a Europa nem quis ouvir falar na criação de "e-bonds", proposta do Luxemburgo, quanto mais discutir-se o caminho de uma federação de Estados.
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