O encontro entre a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro ministro português não trouxe grandes novidades. Segundo o Governo português o saldo da reunião é positivo. A chanceler elogiou as reformas que Portugal pretende implementar, mas sublinha a necessidade dessa implementação.
Mais do que uma reunião entre o primeiro-ministro português e a chanceler alemã, este foi o encontro de duas realidades antagónicas: a realidade de um país prostrado, à mercê dos mercados, que vive a ansiedade do próximo relatório de uma agência de rating ou da eminência de um pedido de ajuda externa; a outra realidade é de um país com uma economia forte que se destaca cada vez mais pela sua preponderância a nível europeu, deixando mesmo a ideia de que a Europa é a Alemanha. Pelo menos a sua palavra parece valer mais do que a de todos os outros Estados-membros.
São estas as duas realidades antagónicas de uma Europa que deixou cair os seus valores fundadores, como a solidariedade entre Estados-membros, tornando-se um agrupamento de países unidos em torno de questões meramente económicas e comandados pelos ditames alemães.
Estas são duas realidades distintas de países que têm que partilhar as mesmas políticas monetárias (e cada vez mais económicas), políticas preconizadas pela Alemanha, pensadas para economias como a economia alemã. Estes são dois países que fazem parte da UE mas cujas vozes tem intensidades incomensuravelmente diferentes: um com a voz inaudível o outro cuja voz é ouvida por todos, sem dar grande espaço para opiniões dissonantes.
A reunião entre José Sócrates e Angela Merkel é sintomática de uma UE sem futuro. O euro e o seu falhanço apenas dá o primeiro sinal disso mesmo.
Mais do que uma reunião entre o primeiro-ministro português e a chanceler alemã, este foi o encontro de duas realidades antagónicas: a realidade de um país prostrado, à mercê dos mercados, que vive a ansiedade do próximo relatório de uma agência de rating ou da eminência de um pedido de ajuda externa; a outra realidade é de um país com uma economia forte que se destaca cada vez mais pela sua preponderância a nível europeu, deixando mesmo a ideia de que a Europa é a Alemanha. Pelo menos a sua palavra parece valer mais do que a de todos os outros Estados-membros.
São estas as duas realidades antagónicas de uma Europa que deixou cair os seus valores fundadores, como a solidariedade entre Estados-membros, tornando-se um agrupamento de países unidos em torno de questões meramente económicas e comandados pelos ditames alemães.
Estas são duas realidades distintas de países que têm que partilhar as mesmas políticas monetárias (e cada vez mais económicas), políticas preconizadas pela Alemanha, pensadas para economias como a economia alemã. Estes são dois países que fazem parte da UE mas cujas vozes tem intensidades incomensuravelmente diferentes: um com a voz inaudível o outro cuja voz é ouvida por todos, sem dar grande espaço para opiniões dissonantes.
A reunião entre José Sócrates e Angela Merkel é sintomática de uma UE sem futuro. O euro e o seu falhanço apenas dá o primeiro sinal disso mesmo.
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