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O perigo do radicalismo

As convulsões que se têm sentido no mundo árabe são sintomáticas da vontade de mudança que muitos cidadãos sentem. Depois da Tunísia, o Egipto. Mas outros países da região estão a passar por um assinalável período de instabilidade.
Já aqui se referiu que não se pode pôr em causa as aspirações de pessoas que mais não fazem do que exigir o mesmo que nós exigimos: mais liberdade, mais democracia, mais bem-estar social.
Todavia, não podemos deixar de salientar o peso que o radicalismo islâmico tem na região. No Egipto terra da Irmandade Muçulmana, mas também no Iémen, no Sudão, na Jordânia, na Argélia, em Marrocos. Numa altura de grande instabilidade, não se pode olhar displicentemente para um possível aproveitamento dessa instabilidade a favor de grupos que apregoam o radicalismo, significando isto um retrocesso quer para a região, quer para o mundo. De resto, se grupos políticos mais radicais se apropriarem do poder nestas regiões, com especial enfoque para o Egipto, não haverá mais abertura, nem mais liberdade, nem tão-pouco mais democracia.
Espera-se, por isso, que os cidadãos destes países consigam alcançar aquilo que ambicionam sem cair noutras formas de totalitarismo.
Paralelamente, importa referir que o recrudescimento do radicalismo nestes países árabes tem consequências para países como Israel e pode degenerar em mais instabilidade para a região, com consequências para todo o mundo.

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