Avançar para o conteúdo principal

Campanha eleitoral II

A campanha eleitoral para as eleições presidenciais continua a ser marcada pelo caso BPN a que agora se junta a história do candidato Manuel Alegre e da publicidade para o BPP. Se a campanha já revelava uma tibieza indissociável dos próprios intervenientes, tudo parece piorar a cada dia que passa. Já se percebeu que Cavaco Silva não se sente confortável com o caso BPN, tanto mais é assim que o candidato preferiu criticar a actual administração, deixando de lado os seus companheiros, verdadeiros responsáveis pela falcatrua que tanto dinheiro custa aos contribuintes.
Mas também é perceptível que o candidato Manuel Alegre ainda não encontrou o seu rumo para a campanha. A sua relação com Bloco de Esquerda e Partido Socialista não é fácil de gerir, e o seu apoio do PS - partido do Governo - traz dificuldades acrescidas. Com efeito, a insistência no caso BPN pode revelar-se contraproducente para Manuel Alegre, como foi visível durante o dia de ontem quando o candidato mostrou algumas hesitações e contradições relativamente ao pagamento da dita publicidade para o BPP.
De um modo geral, lamenta-se a ausência de uma discussão profícua de ideias, o que, diga-se em abono da verdade, beneficia o candidato Cavaco Silva. Com esta campanha saem todos a perder: os candidatos, em particular Cavaco Silva e Manuel Alegre, que revelam uma inexorável ausência de ideias para o país, mesmo tendo em consideração as limitações do cargo; os cidadãos que têm que escolher entre candidatos desprovidos de capacidade para o cargo; e a própria democracia cada vez mais esquecida.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma