Avançar para o conteúdo principal

Até quando?

A intervenção do FMI em Portugal apresenta-se como inevitável. A constante ameaça da intervenção desta instituição em Portugal está-se a tornar sufocante. Há longos meses que se fala na forte possibilidade de Portugal recorrer a ajuda externa. Hoje, mais do que no passado recente, essa ajuda parece inevitável.
Importa agora perceber os impactos da entrada desta instituição em Portugal e as respectivas consequências políticas. Os impactos serão onerosos para os cidadãos. A ideologia subjacente ao FMI não se coaduna com as necessidades sociais da populações. Os seus pareceres e exigências técnicas redundam amiúde em recessões com mais consequências dramáticas para os cidadãos. Resta se ainda é possível ir ao bolso depauperado da maioria dos portugueses. Os funcionários públicos serão, novamente, um alvo preferencial da intervenção do FMI.
Quanto às consequências políticas, a necessidade de recorrer a ajuda externa implica um falhanço do Governo, mas também do PSD que aprovou tacitamente o Orçamento de Estado. É curioso assistir às afirmações do líder do maior partido da oposição responsabilizando o Governo, como se não tivesse nada com o assunto.
Um dos aspectos mais graves prende-se com o facto de Portugal estar à mercê de especuladores e de instituições externas. É claro que se o rigor com as contas públicas existisse; a situação portuguesa, no que diz respeito à soberania, seria bem diferente.
Há responsabilidades. E devem ser repartidas por uma classe política inepta e irresponsável. Mas como se vê, muitos cidadãos continuam a apostar na continuidade. Até quando?

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Saídas para os impasses

As últimas semanas têm sido pródigas na divulgação de escândalos envolvendo o primeiro-ministro e as suas obrigações com a Segurança Social e com o Fisco. Percebe-se que os princípios éticos associados ao desempenho de funções políticas são absolutamente ignorados por quem está à frente dos destinos do país - não esquecer que o primeiro-ministro já havia sido deputado antes de se esquecer de pagar as contribuições à Segurança Social. A demissão está fora de questão até porque o afastamento do cargo implica, por parte do próprio, um conjunto de princípios que pessoas como Passos Coelho simplesmente não possuem. A oposição, a poucos meses de eleições, parece preferir que o primeiro-ministro coza em lume brando. E com tanta trapalhada insistimos em não discutir possíveis caminhos e saídas para os impasses com que o país se depara. Governo e oposição (sobretudo o Partido Socialista) agem como se não tivessem de possuir um único pensamento político. Assim, continuamos sem saber o que...

Fim do sigilo bancário

Tudo indica que o sigilo bancário vai ter um fim. O Partido Socialista e o Bloco de Esquerda chegaram a um entendimento sobre a matéria em causa - o Bloco de Esquerda faz a proposta e o PS dá a sua aprovação para o levantamento do sigilo bancário. A iniciativa é louvável e coaduna-se com aquilo que o Bloco de Esquerda tem vindo a propor com o objectivo de se agilizar os mecanismos para um combate eficaz ao crime económico e ao crime de evasão fiscal. Este entendimento entre o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista também serve na perfeição os intentos do partido do Governo. Assim, o PS mostra a sua determinação no combate à corrupção e ao crime económico e, por outro lado, aproxima-se novamente do Bloco de Esquerda. Com efeito, a medida, apesar de ser tardia, é amplamente aplaudida e é vista como um passo certo no combate à corrupção, em particular quando a actualidade é fortemente marcada por suspeições e por casos de corrupção. De igual forma, as perspectivas do PS conseguir uma ma...

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação ...