É essa a proposta do conhecido ex-futebolista Eric Cantona. Segundo as palavras do ex-futebolista, esta seria "uma revolução sem armas e sem sangue". O movimento Stopbanque tem ganho expressão na internet e revela o descontentamento de muitos cidadãos relativamente ao papel dos bancos na crise e na própria sociedade. A proposta de Cantona é radical e poderá não produzir os efeitos desejados, podendo mesmo ser contraproducente. Todavia, compreendem-se as razões que levarão tantos a aderir à proposta.
De facto, o sector financeiro tem uma preponderância excessiva na economia mundial, a tal ponto que se criou um sistema inextricavelmente dependente desse sistema financeiro. O problema não são só os bancos, o problema passa por uma classe política que se vergou aos interesses desse e de outros sectores - uns por convicção, outros por interesses mais obscuros, outros ainda porque face à crescente perda de instrumentos acabam por facilmente sucumbir à ideia de inevitabilidade.
Os bancos fazem aquilo que lhes é permitido e como se viu pela crise, praticamente tudo lhe era permitido. Sem a famigerada regulação e supervisão gerou-se um sistema de tal complexidade que ainda hoje há quem se mostre surpreendido como o modo de funcionamento deste sector que germinou num contexto de globalização.
O mais grave prende-se com a manutenção da ideologia dominante. Por outras palavras, nada se aprendeu com a crise. A classe política continua vergada a um sistema que caminha a passos largos para a selvajaria. Veja-se por exemplo a ideologia dominante na Europa, encabeçada pela Alemanha e para onde essa mesma ideologia nos está a levar.
A responsabilidade da crise não é apenas dos bancos, é essencialmente dos representantes eleitos dos cidadãos que alimentaram e continuam a alimentar um monstro que ganhou vontade própria. A responsabilidade é dessa classe política que governou os destinos do mundo nas últimas duas décadas, uma classe que tem permitido que os povos percam soberania em favor de grandes empresas, que tem abdicado dos seus instrumentos tradicionais, que tem contribuído para o definhamento das democracias. Ou será que já nos esquecemos que a democracia assenta na soberania no povo? Soberania esse que tem sido vendida às empresas - incluindo no sector financeiro - que mais oferecem.
De facto, o sector financeiro tem uma preponderância excessiva na economia mundial, a tal ponto que se criou um sistema inextricavelmente dependente desse sistema financeiro. O problema não são só os bancos, o problema passa por uma classe política que se vergou aos interesses desse e de outros sectores - uns por convicção, outros por interesses mais obscuros, outros ainda porque face à crescente perda de instrumentos acabam por facilmente sucumbir à ideia de inevitabilidade.
Os bancos fazem aquilo que lhes é permitido e como se viu pela crise, praticamente tudo lhe era permitido. Sem a famigerada regulação e supervisão gerou-se um sistema de tal complexidade que ainda hoje há quem se mostre surpreendido como o modo de funcionamento deste sector que germinou num contexto de globalização.
O mais grave prende-se com a manutenção da ideologia dominante. Por outras palavras, nada se aprendeu com a crise. A classe política continua vergada a um sistema que caminha a passos largos para a selvajaria. Veja-se por exemplo a ideologia dominante na Europa, encabeçada pela Alemanha e para onde essa mesma ideologia nos está a levar.
A responsabilidade da crise não é apenas dos bancos, é essencialmente dos representantes eleitos dos cidadãos que alimentaram e continuam a alimentar um monstro que ganhou vontade própria. A responsabilidade é dessa classe política que governou os destinos do mundo nas últimas duas décadas, uma classe que tem permitido que os povos percam soberania em favor de grandes empresas, que tem abdicado dos seus instrumentos tradicionais, que tem contribuído para o definhamento das democracias. Ou será que já nos esquecemos que a democracia assenta na soberania no povo? Soberania esse que tem sido vendida às empresas - incluindo no sector financeiro - que mais oferecem.
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