Os sindicatos portugueses são amiúde acusados de não agirem em nome daqueles que mais precisam e de concentrarem os seus esforços na defesa de direitos adquiridos.
De facto, o sindicalismo em Portugal encontra-se revestido de um acentuado anacronismo. As ligações da CGTP e da UGT a partidos políticos, no caso da CGTP ao ortodoxo Partido Comunista Português, revelam-se contraproducentes. Além do mais, as críticas em torno da forma de agir destes sindicatos faz todo o sentido.
Com efeito, os sindicatos precisam também eles de entrar no século XXI. Há inúmeras formas de defender os direitos dos trabalhadores, o recurso às novas tecnologias é ainda pouco utilizado e os discursos estão demasiado colados às ideologias dos partidos políticos. Por outro lado, o trabalho precário continua a não merecer a devida atenção, salvo alguns movimentos como o FERVE que chamam a atenção para a doença dos recibos verdes. Estes movimentos
lutam por mais direitos para quem se encontra numa situação de inaceitável precariedade.
Todavia, este é o momento para colocar de parte algumas destas divergências e incongruências. Este é o momento para mostrar o descontentamento em relação a políticas que prejudicam quem trabalha em detrimento de se atacar a vida faustosa do Estado português. Este também deve ser o momento em que o sindicalismo não pode esquecer de lutar pela melhoria da produtividade e da competitividade da economia, manifestando o seu repúdio pelo estado da Justiça, Educação, pela manutenção de vastas clientelas políticas, pelo fim da burocracia endémica, pela estabilidade fiscal. Sem um país que aposte no crescimento económico, tudo será em vão. É evidente que acabar com estes óbices pressupõe mexer com interesses instalados e os sindicatos não parece estarem particularmente interessados nesse fim.
É ao sindicalismo que devemos grande parte dos direitos sociais que ainda hoje fazem parte do dia-a-dia de muitos trabalhadores. Embora possamos apontar uma miríade de incongruências ao sindicalismo em Portugal, não podemos deixar de reconhecer que é também graças às suas acções que muitos portugueses podem mostrar o seu genuíno descontentamento face a políticas desastrosas como aquelas ditas de austeridade.
A Greve Geral de amanhã faz todo o sentido e por muito que se aponte o custo que a mesma alegadamente vai ter ou as dificuldades que vai causar aos trabalhadores que não aderem à greve, esta é ainda uma das poucas formas da sociedade portuguesa mostrar que está viva e que não está disposta a aceitar de ânimo leve todas as injustiças que lhe são impostas. Caso a sociedade se remeta ao silêncio, a mensagem que passa é a de que tudo é permitido e o futuro que já se avizinha difícil será ainda mais negro do que possamos imaginar. No cômputo geral a greve justifica-se também com o futuro. Importa agir já antes que seja tarde de mais.
De facto, o sindicalismo em Portugal encontra-se revestido de um acentuado anacronismo. As ligações da CGTP e da UGT a partidos políticos, no caso da CGTP ao ortodoxo Partido Comunista Português, revelam-se contraproducentes. Além do mais, as críticas em torno da forma de agir destes sindicatos faz todo o sentido.
Com efeito, os sindicatos precisam também eles de entrar no século XXI. Há inúmeras formas de defender os direitos dos trabalhadores, o recurso às novas tecnologias é ainda pouco utilizado e os discursos estão demasiado colados às ideologias dos partidos políticos. Por outro lado, o trabalho precário continua a não merecer a devida atenção, salvo alguns movimentos como o FERVE que chamam a atenção para a doença dos recibos verdes. Estes movimentos
lutam por mais direitos para quem se encontra numa situação de inaceitável precariedade.
Todavia, este é o momento para colocar de parte algumas destas divergências e incongruências. Este é o momento para mostrar o descontentamento em relação a políticas que prejudicam quem trabalha em detrimento de se atacar a vida faustosa do Estado português. Este também deve ser o momento em que o sindicalismo não pode esquecer de lutar pela melhoria da produtividade e da competitividade da economia, manifestando o seu repúdio pelo estado da Justiça, Educação, pela manutenção de vastas clientelas políticas, pelo fim da burocracia endémica, pela estabilidade fiscal. Sem um país que aposte no crescimento económico, tudo será em vão. É evidente que acabar com estes óbices pressupõe mexer com interesses instalados e os sindicatos não parece estarem particularmente interessados nesse fim.
É ao sindicalismo que devemos grande parte dos direitos sociais que ainda hoje fazem parte do dia-a-dia de muitos trabalhadores. Embora possamos apontar uma miríade de incongruências ao sindicalismo em Portugal, não podemos deixar de reconhecer que é também graças às suas acções que muitos portugueses podem mostrar o seu genuíno descontentamento face a políticas desastrosas como aquelas ditas de austeridade.
A Greve Geral de amanhã faz todo o sentido e por muito que se aponte o custo que a mesma alegadamente vai ter ou as dificuldades que vai causar aos trabalhadores que não aderem à greve, esta é ainda uma das poucas formas da sociedade portuguesa mostrar que está viva e que não está disposta a aceitar de ânimo leve todas as injustiças que lhe são impostas. Caso a sociedade se remeta ao silêncio, a mensagem que passa é a de que tudo é permitido e o futuro que já se avizinha difícil será ainda mais negro do que possamos imaginar. No cômputo geral a greve justifica-se também com o futuro. Importa agir já antes que seja tarde de mais.
Comentários