Sim, já sabemos que há um antes e agora é esperar pelo depois de José Sócrates.
Antes o país já atravessava dificuldades. Os seus problemas orçamentais eram conhecidos, embora fossem continuamente escamoteados pelos Governos. As reformas que o país necessitava eram adiadas e as clientelas políticas engordavam a olhos vistos. Estávamos mal, mas não sabíamos, ou não quisemos aceitar que podíamos ficar pior. Acreditámos num político bem parecido (até isso é subjectivo) que prometia mudanças e prometia futuro, sendo certo que também prometia não aumentar impostos e foi o que se viu. Acreditámos num político que vendia ilusões, mesmo que muitos de nós percebêssemos que era de ilusões que se tratava, não quisemos saber, preferimos viver iludidos.
O tal Governo de José Sócrates conseguiu, à custa de aumentos de impostos, reduzir o défice, para passado pouco tempo ouvirmos o primeiro ministro afirmar que o défice ia subir (e de que maneira) porque o Governo assim o queria. A democracia deu-nos nova oportunidade para encetarmos uma mudança; novamente decidimos passar a oportunidade. Deslumbrámo-nos novamente? Não sei, talvez alguém mais isotérico possa responder a essa pergunta.
Hoje não queremos acreditar no que nos pedem. É a crise internacional, dizem-nos. Uns acreditam, outros nem por isso. Hoje sabemos que o amanhã será ainda mais difícil.
Depois de Sócrates, ficaremos com a herança: anos de desperdício, país hipotecado e futuro eternamente adiado. Esta é o legado que José Sócrates nos vai deixar. Outra consequência diz respeito à própria democracia. O actual primeiro-ministro para além de sempre se ter mostrado pouco amigo das liberdades, pilares da democracia, deixará outra herança, esta particularmente pesada: a degradação do sistema democrático, designadamente através da deterioração da imagem dos políticos e da confiança dos cidadãos relativamente à classe política e às instituições democráticas.
Obrigada, José Sócrates.
Antes o país já atravessava dificuldades. Os seus problemas orçamentais eram conhecidos, embora fossem continuamente escamoteados pelos Governos. As reformas que o país necessitava eram adiadas e as clientelas políticas engordavam a olhos vistos. Estávamos mal, mas não sabíamos, ou não quisemos aceitar que podíamos ficar pior. Acreditámos num político bem parecido (até isso é subjectivo) que prometia mudanças e prometia futuro, sendo certo que também prometia não aumentar impostos e foi o que se viu. Acreditámos num político que vendia ilusões, mesmo que muitos de nós percebêssemos que era de ilusões que se tratava, não quisemos saber, preferimos viver iludidos.
O tal Governo de José Sócrates conseguiu, à custa de aumentos de impostos, reduzir o défice, para passado pouco tempo ouvirmos o primeiro ministro afirmar que o défice ia subir (e de que maneira) porque o Governo assim o queria. A democracia deu-nos nova oportunidade para encetarmos uma mudança; novamente decidimos passar a oportunidade. Deslumbrámo-nos novamente? Não sei, talvez alguém mais isotérico possa responder a essa pergunta.
Hoje não queremos acreditar no que nos pedem. É a crise internacional, dizem-nos. Uns acreditam, outros nem por isso. Hoje sabemos que o amanhã será ainda mais difícil.
Depois de Sócrates, ficaremos com a herança: anos de desperdício, país hipotecado e futuro eternamente adiado. Esta é o legado que José Sócrates nos vai deixar. Outra consequência diz respeito à própria democracia. O actual primeiro-ministro para além de sempre se ter mostrado pouco amigo das liberdades, pilares da democracia, deixará outra herança, esta particularmente pesada: a degradação do sistema democrático, designadamente através da deterioração da imagem dos políticos e da confiança dos cidadãos relativamente à classe política e às instituições democráticas.
Obrigada, José Sócrates.
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