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PS e PSD, pobreza exasperante

Os últimos dias têm sido marcados pelas chamadas rentrées políticas, designadamente dos dois maiores partidos, embora o PCP assinale o seu regresso à política com a inefável Festa do Avante!. PS e PSD esgrimem, ou fingem digladiar argumentos, tentando marcar posição. O PS acusa o PSD de querer acabar com o Estado Social, o PSD defende-se como pode, ou seja ineficazmente, e acusa o PS de ser responsável pela difícil situação em que o país se encontra.
Na verdade, ambos os partidos têm razão, mostrando desta forma que nem um nem outro têm razões para ocupar o poder. Enquanto PS e PSD mostram uma pobreza de ideias exasperante, o Presidente da República, num jogo claramente calculista, vai dando o seu contributo para a tal pobreza que, infelizmente, não é um exclusivo do PS e PSD.
O Presidente da República está a entrar no período em que vê os seus poderes diminuídos, o que dá alguma segurança a um primeiro-ministro que já não o devia ser há muito tempo. Alternativas nem vê-las. PS e PSD vão mantendo lideranças anódinas e inconsequentes. No caso do PSD cuja liderança é relativamente recente, importa sublinhar que se Pedro Passos Coelho vencer as próximas eleições legislativas será por desgaste acentuado do actual primeiro-ministro e pouco mais. Não será seguramente pelo vasto rol de ideias que Pedro Passos Coelho apresenta ao país, nem tão-pouco graças a umas ideias liberais mal explicadas que não agradam a ninguém, nem colhem grandes frutos internamente.
A tal pobreza exasperante vai arrastar-se até ao próximo ano, pelo menos.

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