Portugal pôs-se a jeito. A expressão revela uma vulgaridade rara neste blogue, mas é a melhor forma de descrever o situação em que Portugal se encontra. Não houve responsabilidade e visão por parte de quem nos governa há mais de 20 anos. Não houve capacidade de desenvolver um modelo de desenvolvimento económico e social virado para o crescimento económico que pudesse suportar o Estado Social e agora dizem-nos que para salvar esse Estado social são necessárias medidas dolorosas. Doloroso é assistir durante mais de duas décadas à incapacidade e inépcia de quem sempre governou a curto prazo, na senda de alimentar clientelas, desprezando as mudanças que o país sempre necessitou de modo a conseguir rumar no sentido da prosperidade.
A irresponsabilidade dos nossos dirigentes políticos ganhou outras proporções com o actual Governo. O Executivo de José Sócrates não quis ver a crise ainda no Verão de 2008, talvez tivesse sido o calor a inviabilizar a sua capacidade de pensar e resolver os problemas. Mas esse calor causou estragos irreparáveis. Demorou-se demasiado tempo a reagir à crise internacional e em ano de eleições deu-se o que o país já não tinha.
Há largos meses que os mercados, tal como seres necrófagos, não cessam de rondar a economia portuguesa. Podemos enumerar as incongruências de um sistema económico selvagem, mas a verdade é que Portugal pôs-se a jeito e quem vai pagar novamente a factura é uma classe média que continua a recorrer a exercícios de criatividade para conseguir pagar todas as suas contas; quem vai pagar a factura são os mais pobres, muitos deles a ganhar um miséria de salário, num país em que ganhar 1.500€ é ser rico; quem vai pagar a factura é a economia portuguesa que ganha em cobrança de impostos (e ainda assim vamos ver a tentação da fuga a crescer exponencialmente) e perde a competitividade. Daqui por seis meses vamos ouvir que ainda são necessárias mais medidas, numa altura em que a falência de empresas e o desemprego não cessam de aumentar.
A irresponsabilidade dos nossos dirigentes políticos ganhou outras proporções com o actual Governo. O Executivo de José Sócrates não quis ver a crise ainda no Verão de 2008, talvez tivesse sido o calor a inviabilizar a sua capacidade de pensar e resolver os problemas. Mas esse calor causou estragos irreparáveis. Demorou-se demasiado tempo a reagir à crise internacional e em ano de eleições deu-se o que o país já não tinha.
Há largos meses que os mercados, tal como seres necrófagos, não cessam de rondar a economia portuguesa. Podemos enumerar as incongruências de um sistema económico selvagem, mas a verdade é que Portugal pôs-se a jeito e quem vai pagar novamente a factura é uma classe média que continua a recorrer a exercícios de criatividade para conseguir pagar todas as suas contas; quem vai pagar a factura são os mais pobres, muitos deles a ganhar um miséria de salário, num país em que ganhar 1.500€ é ser rico; quem vai pagar a factura é a economia portuguesa que ganha em cobrança de impostos (e ainda assim vamos ver a tentação da fuga a crescer exponencialmente) e perde a competitividade. Daqui por seis meses vamos ouvir que ainda são necessárias mais medidas, numa altura em que a falência de empresas e o desemprego não cessam de aumentar.
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