Foram dias difíceis para um país que geralmente está fora do grupo de países em que reina a instabilidade. Moçambique é também conhecido pelos seus elevados níveis de pobreza, não muito diferentes do que se passa no resto do continente africano. De resto, as manifestações contra o aumento dos bens de primeira necessidade ganharam contornos de insurreição e degeneram numa acentuada instabilidade.
Importa perceber que a revolta que levou tantos Moçambicanos às ruas é fruto da pobreza endémica que assola o país e do esgotamento da margem para suportar os ditos aumentos. O governo moçambicano, sublinhando reiteradamente a necessidade do dito aumento do custo de vida, responde recorrendo à força e justifica-se com a crise internacional. Na verdade, são essencialmente as políticas ultraliberais impostas por organizações supranacionais que num contexto de globalização impõem receitas duras que, não raras, vezes culminam no aumento da clivagem entre ricos e pobres e no aumento do desemprego. A crise internacional é apenas o resultado de políticas contraproducentes e a crise moçambicana é, a par de muitas outras, o corolário dessas mesmas políticas de cariz ultraliberal.
No cômputo geral, a instabilidade que se vive em Moçambique acabará seguramente por se atenuar, como já se tem verificado, mas o problema da pobreza e da incapacidade de tantos Moçambicanos em suportarem qualquer aumento do custo de vida manter-se-ão e no futuro poderão origem a novos períodos de instabilidade. O que se está a passar em Moçambique deve ser observado atentamente por outros governos que continuam a aplicar políticas que põem em causa a coesão social. Depois de um número ainda indeterminado de vítimas - o governo apresenta um número; os hospitais outro - o governo moçambicano decidiu não proceder aos aumentos que deram origem à revolta das populações.
Importa perceber que a revolta que levou tantos Moçambicanos às ruas é fruto da pobreza endémica que assola o país e do esgotamento da margem para suportar os ditos aumentos. O governo moçambicano, sublinhando reiteradamente a necessidade do dito aumento do custo de vida, responde recorrendo à força e justifica-se com a crise internacional. Na verdade, são essencialmente as políticas ultraliberais impostas por organizações supranacionais que num contexto de globalização impõem receitas duras que, não raras, vezes culminam no aumento da clivagem entre ricos e pobres e no aumento do desemprego. A crise internacional é apenas o resultado de políticas contraproducentes e a crise moçambicana é, a par de muitas outras, o corolário dessas mesmas políticas de cariz ultraliberal.
No cômputo geral, a instabilidade que se vive em Moçambique acabará seguramente por se atenuar, como já se tem verificado, mas o problema da pobreza e da incapacidade de tantos Moçambicanos em suportarem qualquer aumento do custo de vida manter-se-ão e no futuro poderão origem a novos períodos de instabilidade. O que se está a passar em Moçambique deve ser observado atentamente por outros governos que continuam a aplicar políticas que põem em causa a coesão social. Depois de um número ainda indeterminado de vítimas - o governo apresenta um número; os hospitais outro - o governo moçambicano decidiu não proceder aos aumentos que deram origem à revolta das populações.
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