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Festa do Avante

Haverá ainda muito para escrever sobre a Festa do Avante? Talvez não. Trata-se da Festa que é a rentrée do Partido Comunista Português, uma festa marcada pela ortodoxia; uma festa que confunde política com divertimento, ou melhor, uma festa que reveste a política, designadamente a ideologia dura do PCP, de cores mais agradáveis, uma festa mais aprazível.
A festa do Avante tornou-se numa espécie de festival de jovens e não só; mistura comunistas da velha guarda (a esmagadora maioria) e pessoas sem ideologia política. A troca de ideias é salutar e percebe-se que o PCP promove a troca de ideias, mas apenas como veículo da sua própria ideologia.
Apesar desta e de outras crises, não deixa de ser curioso verificar que há quem simpatize com uma ideologia caduca e tantas vezes em rota de colisão com a democracia, com as liberdades e com os direitos humanos. A Festa do Avante está aí para mostrar a vitalidade de um partido político cuja morte já foi tantas vezes anunciada. Infelizmente para o PCP, essa tal vitalidade do partido nem sempre se traduz em votos.
De qualquer modo vêm aí três dias de festa, este ano espera-se com convidados mais recomendáveis do que em anos anteriores.
Para quem vive nas imediações da festa serão dias difíceis, para estes não há grandes exercícios de solidariedade.

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