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Segunda maior economia do planeta

A segunda maior economia do mundo deixará, até ao final do ano, de ser o Japão para dar lugar à China. Esta notícia não constitui propriamente surpresa, mas não deixa de ser inquietante devido ao modelo económico da China e da pressão que esse modelo faz a outras economias. Aliás, há quem, em países europeus, mostre pouca ou nenhuma resistência ao modelo chinês.
Na verdade é inquietante ver alguma comunicação social vangloriar o facto da China passar a segunda economia do mundo e esquecer o modelo que permitiu essa ascensão; um modelo que despreza inexoravelmente os direitos sociais e que constitui um retrocesso civilizacional muito acentuado. Paradoxalmente há quem aprecie a China pelo seu modelo económico e quem ainda se sinta confortável com a ideologia vigente. Em ambos os casos, as contradições são evidentes e a questão que se impõe e a seguinte: como é que se pode apreciar uma miscelânea de comunismo cerceador das liberdades e de capitalismo selvagem? A rigidez dos costumes e a ortodoxia das mentalidades deixa pouco espaço a mudanças no regime político chinês.
Aqueles que enaltecem o regime chinês, independentemente das razões, devem perceber que esse modelo não pode ser seguido sob pena de colocar em sérias dificuldades a coesão social. Além do mais, o capitalismo selvagem tem dificuldades em convergir com democracias como é o caso das democracias europeias que fizeram do Estado Social uma das suas maiores conquistas civilizacionais.

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