Avançar para o conteúdo principal

Subida de impostos

Parece inevitável uma nova subida de impostos para tentar atenuar a situação preocupante criada pelo Governo de José Sócrates. Quanto a José Sócrates, nada disto parece ser responsabilidade do seu Governo. Entre vitórias do Benfica e recepções ao Papa, o primeiro-ministro ainda tem dificuldades em reconhecer a realidade, de tal modo que parece ser patológico. Essa recusa em aceitar a realidade agravou a situação das contas públicas.
Com o intuito de remendar os erros do passado, volta-se a subir impostos. Novamente ataca-se o problema através da receita, deixando a despesa em paz, ou quase.
Fala-se na reestruturação do Estado como forma de contribuir para a consolidação das contas públicas e para tornar a economia mais competitiva. Com efeito, o funcionamento de Estado é um óbice à consolidação das contas públicas e à competitividade da economia. Note-se, porém, a importância indiscutível que o Estado tem e deve manter – aliás, consolidar – em áreas como a Saúde, Educação, Justiça, Segurança e Segurança Social. Nestas áreas deve trabalhar para um melhor funcionamento, mas em caso algum se deve abrir portas à fragilidade destas áreas essenciais do Estado Providência. É nas relações promíscuas entre Estado e empresas que deve haver intervenção, é na excessiva preponderância do Estado nos negócios não como regulador e supervisor, mas como bloqueador da iniciativa privada que se deve intervir; é no despesismo, na excessiva hierarquização e inépcia da Administração Pública e das administrações locais que é necessária uma intervenção.
Seria possível encetar políticas de verdadeiras reduções da despesa pública se se melhorasse o funcionamento do Estado. Na ausência de ambição de uns e no aproveitamento de tantas zonas cinzentas de outros, são os contribuintes que são novamente chamados a pagar a factura. Pelo caminho, contribui-se novamente para fragilizar a já débil competitividade da nossa economia. Com a pressão dos mercados ou da União Europeia e com a inépcia e falta de visão estratégica de quem nos governa, apenas estamos a aumentar a dimensão do buraco em que nos encontramos.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa