A semana que ainda agora começou está a ser e seguramente continuará a ser rica em acontecimentos dignos de nota. Mas o mais relevante prende-se com dois ou três acontecimentos que funcionam como uma espécie de engodo para a emergência de outros.
Primeiro foi a vitória do Benfica que originou uma euforia que não constitui propriamente novidade; depois surgem as polémicas em torno dos convocados por Carlos Queiroz para a selecção nacional; e finalmente o Papa chega a Portugal. Estes acontecimentos são o pano de fundo ideal para que o Governo possa ter algum espaço para respirar e possa ainda apresentar mais medidas de austeridade.
O futebol continua a mexer com os sentimentos de um povo deprimido que vai necessitando destes escapes enquanto demonstra uma constante inércia para lutar pelos seus próprios direitos e pela construção de um país melhor. A religião, neste caso a católica, tem ainda o seu impacto e mostra um país que sempre ignorou os escândalos de pedofilia no seio da Igreja, recebendo com toda a pompa e circunstância o responsável máximo da Igreja que também foi responsável por ignorar as vítimas de pedofilia enquanto protegia os abusadores. A Igreja continua a funcionar como se fosse uma realidade paralela à realidade de todos e quis fazer exactamente isso em relação à Justiça – a justiça era feita “em família” e passava pelo perdão dos abusadores e, quando muito, pela sua transferência. Dizer isto é, para muitos, fazer parte de uma conspiração global para destruir a imagem da Igreja. Nada disto tem qualquer importância hoje, que o país recebe o Papa, como não teve ontem.
Estas incongruências, designadamente no que diz respeito às razões que levam as pessoas às ruas, são ideais para o que aí se avizinha. O Governo, depois de ter recebido mais avisos de Bruxelas, prepara-se então para mais medidas de austeridade, em particular prepara-se para um aumento de impostos. Fala-se na possibilidade de o IVA subir para os 22 por cento. Com isto dá-se mais uma machadada na competitividade das empresas portuguesas e ataca-se novamente os cidadãos que vão assistir a um aumento do custo de vida. E talvez as novidades não fiquem apenas por aqui.
Em suma, o Governo tem esta semana uma oportunidade para anunciar mais medidas desagradáveis. Enquanto o povo se entretém com trivialidades ou com o pseudo-preenchimento de necessidades metafísicas, o Governo governa, como sempre tem governado: liquidando uma classe média que já não consegue suportar mais aumentos de impostos e novos retrocessos do seu bem-estar social.
Primeiro foi a vitória do Benfica que originou uma euforia que não constitui propriamente novidade; depois surgem as polémicas em torno dos convocados por Carlos Queiroz para a selecção nacional; e finalmente o Papa chega a Portugal. Estes acontecimentos são o pano de fundo ideal para que o Governo possa ter algum espaço para respirar e possa ainda apresentar mais medidas de austeridade.
O futebol continua a mexer com os sentimentos de um povo deprimido que vai necessitando destes escapes enquanto demonstra uma constante inércia para lutar pelos seus próprios direitos e pela construção de um país melhor. A religião, neste caso a católica, tem ainda o seu impacto e mostra um país que sempre ignorou os escândalos de pedofilia no seio da Igreja, recebendo com toda a pompa e circunstância o responsável máximo da Igreja que também foi responsável por ignorar as vítimas de pedofilia enquanto protegia os abusadores. A Igreja continua a funcionar como se fosse uma realidade paralela à realidade de todos e quis fazer exactamente isso em relação à Justiça – a justiça era feita “em família” e passava pelo perdão dos abusadores e, quando muito, pela sua transferência. Dizer isto é, para muitos, fazer parte de uma conspiração global para destruir a imagem da Igreja. Nada disto tem qualquer importância hoje, que o país recebe o Papa, como não teve ontem.
Estas incongruências, designadamente no que diz respeito às razões que levam as pessoas às ruas, são ideais para o que aí se avizinha. O Governo, depois de ter recebido mais avisos de Bruxelas, prepara-se então para mais medidas de austeridade, em particular prepara-se para um aumento de impostos. Fala-se na possibilidade de o IVA subir para os 22 por cento. Com isto dá-se mais uma machadada na competitividade das empresas portuguesas e ataca-se novamente os cidadãos que vão assistir a um aumento do custo de vida. E talvez as novidades não fiquem apenas por aqui.
Em suma, o Governo tem esta semana uma oportunidade para anunciar mais medidas desagradáveis. Enquanto o povo se entretém com trivialidades ou com o pseudo-preenchimento de necessidades metafísicas, o Governo governa, como sempre tem governado: liquidando uma classe média que já não consegue suportar mais aumentos de impostos e novos retrocessos do seu bem-estar social.
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