Ontem o país viu os líderes dos maiores partidos da oposição juntos em nome da estabilidade política que o país tanto necessita num momento em que é alvo da necrofagia das agências de rating. Tentou passar-se a imagem de que está tudo controlado e que os dois partidos fazem alguma ideia do que fazer para acalmar os mercados. No fundo, tudo não passou de uma tentativa de escamotear o facto de não haver nem ideias nem vontade política para inverter a situação periclitante, embora muitas vezes exagerada, mas ainda assim difícil do país.
PS e PSD não apresentaram nada de novo. A reunião mais não serviu para mostrar o vazio destes dois partidos. Em consequência, a grande novidade foi a antecipação das medidas previstas no PEC, designadamente apertar o cerco aos mais desprotegidos.
Mantenho a crítica que tenho feito destes cinco anos: o Governo de José Sócrates aplicou um modelo de desenvolvimento que redunda no fraco desempenho económico e no aumento da pobreza mesmo que escondida através de subsídios. Além disso, o país continua com os problemas estruturais do passado que dificultam e até inviabilizam o desenvolvimento. Estes problemas são centrais. O resultado acaba por ser um o aumento do risco de pobreza que é atenuado com recurso a subsídios; por outro lado, uma situação que deveria ser temporária, perpetua-se ao longo do tempo. O Governo de José Sócrates nunca tentou contrariar esta tendência.
É nestas circunstâncias que se percepciona que os desempregados são colocados no mesmo saco de outros beneficiários de subsídios - são os novos párias da sociedade portuguesa. Ao ponto de serem vistos como um caminho possível para a consolidação das contas públicas e uma saída do buraco onde este engenheiro e outros engenheiros nos meteram. Não interessa nada perceber que o mercado de trabalho é exíguo e ineficaz, não interessa nada perceber que a maior parte dos desempregados passa pelo paroxismo inerente à sua condição. Num país onde prolifera a inveja e a mesquinhez, esta imagem do desempregado contará seguramente com a complacência de muitos.
No entanto, parece que já ninguém se choca com a insistência desastrosa do Governo em embarcar na megalomania das grandes obras públicas. Esta questão não parece incomodar o próprio Passos Coelho que além da deriva liberal, mostrou na reunião com Sócrates uma tibieza notável no que diz respeito à coerência - tudo em nome da estabilidade, claro está. Agora já veio corrigir o lapso. Estes senhores parecem apostados em arruinar o que resta do país, mas anda meio-mundo preocupado com o subsídio dos desempregados. Quanto finalmente acordarem, já será tarde.
PS e PSD não apresentaram nada de novo. A reunião mais não serviu para mostrar o vazio destes dois partidos. Em consequência, a grande novidade foi a antecipação das medidas previstas no PEC, designadamente apertar o cerco aos mais desprotegidos.
Mantenho a crítica que tenho feito destes cinco anos: o Governo de José Sócrates aplicou um modelo de desenvolvimento que redunda no fraco desempenho económico e no aumento da pobreza mesmo que escondida através de subsídios. Além disso, o país continua com os problemas estruturais do passado que dificultam e até inviabilizam o desenvolvimento. Estes problemas são centrais. O resultado acaba por ser um o aumento do risco de pobreza que é atenuado com recurso a subsídios; por outro lado, uma situação que deveria ser temporária, perpetua-se ao longo do tempo. O Governo de José Sócrates nunca tentou contrariar esta tendência.
É nestas circunstâncias que se percepciona que os desempregados são colocados no mesmo saco de outros beneficiários de subsídios - são os novos párias da sociedade portuguesa. Ao ponto de serem vistos como um caminho possível para a consolidação das contas públicas e uma saída do buraco onde este engenheiro e outros engenheiros nos meteram. Não interessa nada perceber que o mercado de trabalho é exíguo e ineficaz, não interessa nada perceber que a maior parte dos desempregados passa pelo paroxismo inerente à sua condição. Num país onde prolifera a inveja e a mesquinhez, esta imagem do desempregado contará seguramente com a complacência de muitos.
No entanto, parece que já ninguém se choca com a insistência desastrosa do Governo em embarcar na megalomania das grandes obras públicas. Esta questão não parece incomodar o próprio Passos Coelho que além da deriva liberal, mostrou na reunião com Sócrates uma tibieza notável no que diz respeito à coerência - tudo em nome da estabilidade, claro está. Agora já veio corrigir o lapso. Estes senhores parecem apostados em arruinar o que resta do país, mas anda meio-mundo preocupado com o subsídio dos desempregados. Quanto finalmente acordarem, já será tarde.
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