Palavra que se vulgarizou nos últimos anos, consequência dos excessos do liberalismo económico, consequência da incapacidade da própria economia portuguesa de criar emprego, consequência da inabilidade dos vários governos que estiveram à frente dos destinos do país. Hoje a palavra "desemprego" incorpora novos e velhos anátemas. O recém-eleito líder do PSD enfatizou, no congresso do seu partido, alguns desses anátemas. A associação feita entre alguns subsídios e uma suposta indolência de quem não tem outra alternativa que não seja recorrer aos mesmos é depreciativa para tantos e tantos portugueses que trabalharam e caíram numa situação de desemprego.
Pedro Passos Coelho considera que essa pode ser uma bandeira do seu partido a par da inútil revisão constitucional. Fala-se de responsabilidade e de reciprocidade, passando a ideia errada e carregada de preconceitos de que quem recebe este tipo de supostos benefícios acomoda-se aos mesmos, vivendo numa espécie de vida idílica. Saberão estes senhores o drama que é perder o emprego, as incertezas, as dúvidas e, até a dor, que essa perda acarreta? Saberão esses senhores a dificuldade com que uma pessoa que tenha mais de 45 anos se depara para refazer a sua vida? Saberão esses senhores que perder o emprego é, amiúde, muito mais do que perder a remuneração, é perder o futuro?
Por outro lado, o Governo mostra toda a sua incapacidade de inverter este drama social. Não há investimento digno de nota, o que inviabiliza a criação de emprego; as empresas, em particular as pequenas e médias, vivem num constante sufoco financeiro, recorrendo aos despedimentos para aliviar a sua pressão até ao estertor final; o Governo, para contrariar, aparentemente esta tendência recorre novamente a remendos como os estágios que, não raras vezes, mais não são do que formas de subtrair um emprego em benefício desse estágio cuja efemeridade é por demais evidente.
Nestas circunstâncias, como é que um desempregado se sentirá quando olha em redor e vê que é para muitos associado a uma espécie de beneficiário de uma situação cómoda que se traduz numa vida de indolência? E, por outro lado, esses mesmos desempregados não vêem, da parte de quem tem a responsabilidade de criar as condições para que um emprego deixe de ser tão raro, nada mais do que meia-dúzia de políticas efémeras e inconsequentes.
Pedro Passos Coelho considera que essa pode ser uma bandeira do seu partido a par da inútil revisão constitucional. Fala-se de responsabilidade e de reciprocidade, passando a ideia errada e carregada de preconceitos de que quem recebe este tipo de supostos benefícios acomoda-se aos mesmos, vivendo numa espécie de vida idílica. Saberão estes senhores o drama que é perder o emprego, as incertezas, as dúvidas e, até a dor, que essa perda acarreta? Saberão esses senhores a dificuldade com que uma pessoa que tenha mais de 45 anos se depara para refazer a sua vida? Saberão esses senhores que perder o emprego é, amiúde, muito mais do que perder a remuneração, é perder o futuro?
Por outro lado, o Governo mostra toda a sua incapacidade de inverter este drama social. Não há investimento digno de nota, o que inviabiliza a criação de emprego; as empresas, em particular as pequenas e médias, vivem num constante sufoco financeiro, recorrendo aos despedimentos para aliviar a sua pressão até ao estertor final; o Governo, para contrariar, aparentemente esta tendência recorre novamente a remendos como os estágios que, não raras vezes, mais não são do que formas de subtrair um emprego em benefício desse estágio cuja efemeridade é por demais evidente.
Nestas circunstâncias, como é que um desempregado se sentirá quando olha em redor e vê que é para muitos associado a uma espécie de beneficiário de uma situação cómoda que se traduz numa vida de indolência? E, por outro lado, esses mesmos desempregados não vêem, da parte de quem tem a responsabilidade de criar as condições para que um emprego deixe de ser tão raro, nada mais do que meia-dúzia de políticas efémeras e inconsequentes.
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