Ontem foi visível o nervosismo dos deputados e ministros socialistas na Assembleia da República, consequência da providência cautelar que teria como objectivo impedir que o semanário Sol viesse para as bancas. Hoje esse nervosismo será agudizado com mais revelações do jornal sobre uma alegada tentativa do Governo de controlar a comunicação social. Fala-se do Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF. A PT teria uma papel preponderante no esquema.
O país está a viver uma situação particularmente grave. Porquanto existe a confluência de três crises: uma crise económica sem fim à vista; uma crise da Justiça que já estava muito presente, mas com o caso das escutas ganhou proporções incomensuráveis; e a crise política, designadamente a crise do primeiro-ministro que a cada dia que passa parece ter menos condições para se manter no cargo. Pese embora não seja essa a percepção do Governo.
De resto, a crise política arrasta consigo a Justiça e vice-versa, e sem a resolução destas, esqueça-se pois quaisquer soluções para a crise económica que só podem eclodir de um clima de estabilidade. Deste modo, já ninguém consegue esconder o nervosismo e o desconforto perante uma situação difícil de acreditar e ainda mais difícil de sustentar.
Os próximos dias possivelmente serão críticos para o futuro político do primeiro-ministro. A insustentabilidade da sua permanência no cargo é uma evidência que tem crescido a cada dia que passa e o PSD prepara-se para uma nova liderança que poderá pôr fim, ou pelo menos debelar, a crise que também se vive no maior partido da oposição. Entretanto, a Justiça sai novamente fragilizada e a política e os políticos parecem cada vez menos credíveis aos olhos dos cidadãos.
O nervosismo e o desconforto que todo este caso tem causado não é apenas consequência de uma alegada tentativa de o poder político cercear liberdades fundamentais, mas prende-se também com a acção da Justiça. Na verdade, quando se tenta perceber o que se está a passar, é praticamente impossível não sentir uma acentuada conflitualidade interna entre o peso da Lei, instrumento essencial do Estado de Direito, e a importância inexorável de liberdades como a liberdade de expressão indissociável da liberdade de imprensa.
Em suma, o país não merecia passar por esta situação deplorável. A proliferação de problemas graves que assolam a vida de cada um de nós impõe soluções rápidas e eficazes que não são alcançadas com sinais de promiscuidade entre poder político e poder económico, nem tão-pouco são alcançadas com um poder político pouco à-vontade com o espaço público e com a pluralidade de opinião. Paralelamente, a fragilização do Governo impede o mesmo de governar na plena acepção da palavra, embora também existam outros sinais mais relacionados com a inépcia que revelaram e continuam a revelar a incapacidade deste Governo para apresentar soluções credíveis para os problemas do país.
O país está a viver uma situação particularmente grave. Porquanto existe a confluência de três crises: uma crise económica sem fim à vista; uma crise da Justiça que já estava muito presente, mas com o caso das escutas ganhou proporções incomensuráveis; e a crise política, designadamente a crise do primeiro-ministro que a cada dia que passa parece ter menos condições para se manter no cargo. Pese embora não seja essa a percepção do Governo.
De resto, a crise política arrasta consigo a Justiça e vice-versa, e sem a resolução destas, esqueça-se pois quaisquer soluções para a crise económica que só podem eclodir de um clima de estabilidade. Deste modo, já ninguém consegue esconder o nervosismo e o desconforto perante uma situação difícil de acreditar e ainda mais difícil de sustentar.
Os próximos dias possivelmente serão críticos para o futuro político do primeiro-ministro. A insustentabilidade da sua permanência no cargo é uma evidência que tem crescido a cada dia que passa e o PSD prepara-se para uma nova liderança que poderá pôr fim, ou pelo menos debelar, a crise que também se vive no maior partido da oposição. Entretanto, a Justiça sai novamente fragilizada e a política e os políticos parecem cada vez menos credíveis aos olhos dos cidadãos.
O nervosismo e o desconforto que todo este caso tem causado não é apenas consequência de uma alegada tentativa de o poder político cercear liberdades fundamentais, mas prende-se também com a acção da Justiça. Na verdade, quando se tenta perceber o que se está a passar, é praticamente impossível não sentir uma acentuada conflitualidade interna entre o peso da Lei, instrumento essencial do Estado de Direito, e a importância inexorável de liberdades como a liberdade de expressão indissociável da liberdade de imprensa.
Em suma, o país não merecia passar por esta situação deplorável. A proliferação de problemas graves que assolam a vida de cada um de nós impõe soluções rápidas e eficazes que não são alcançadas com sinais de promiscuidade entre poder político e poder económico, nem tão-pouco são alcançadas com um poder político pouco à-vontade com o espaço público e com a pluralidade de opinião. Paralelamente, a fragilização do Governo impede o mesmo de governar na plena acepção da palavra, embora também existam outros sinais mais relacionados com a inépcia que revelaram e continuam a revelar a incapacidade deste Governo para apresentar soluções credíveis para os problemas do país.
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