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Cuba: Paraíso para uns, Inferno para outros

Para além das paisagens idílicas que Cuba nos proporciona, há quem considere o regime dos irmãos Castro como funcional e até desejável; outros como o dissidente Zapata Tamayo que veio a falecer esta semana, viveu no Inferno. Quem se opõe ao regime acaba mesmo por viver no Inferno.

O Presidente cubano, Raul Castro considera que "as relações com os Estados Unidos encorajam estes protestos". E se podemos criticar o embargo dos Estados Unidos e até mesmo defender a ideia que a relação dos EUA com a ilha deixou, historicamente, muito a desejar, não se consegue perceber onde está a relação de um preso - dissidente político - que, durante uma greve de fome como forma de protesto contra as condições deploráveis da prisão em que se encontrava acabou por morrer, e os EUA.

O regime dos irmãos Castro é ditatorial, não há por isso espaço à consagração de liberdades individuais. A dissidência é severamente punida. Em suma, é disto que se trata e não das relações com os EUA.

Infelizmente, existe quem considere que, apesar do cerceamento constante às liberdades fundamentais, o regime cubano funciona e não merece ser alvo de críticas. Na Assembleia da República seria surpreendente ver quantos deputados partilham desta mesma opinião. De facto, até é fácil ver o Paraíso em Cuba, quando se olha à distância. A história para quem vive na ilha e vê o regime de perto é indubitavelmente outra. E isso faz toda a diferença.

Hoje, dia do funeral de Orlando Tamayo, há registo de detenções de outros opositores ao regime.

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