O PCP pede esclarecimentos sobre alegadas contradições no depoimento de Rui Pedro Soares, ex-Administrador da PT, na Comissão de Ética do Parlamento. Segundo o partido comunista, o ex-Administrador da PT denotou falta de seriedade no seu depoimento, deixando visível várias contradições que o PCP quer ver serem esclarecidas. O PCP mostra assim que pretende ver esclarecida toda esta história deplorável que alegadamente envolve o primeiro-ministro. Isto numa altura que os restantes partidos políticos mostram enorme relutância em abordar o assunto.
Tem sido curioso assistir ao depoimento de uma multiplicidade de jornalistas e directores de jornais que acusam o primeiro-ministro de ter tentado, directa ou indirectamente, condicionar as várias linhas editoriais. Nem assim se ouve uma explicação plausível por parte do primeiro-ministro que, em recorrentes manifestações de uma espécie de superioridade (embora não se compreenda bem de que forma é que essa superioridade poderia alguma vez existir), vai contando com um povo resignado, com uma Assembleia da República comprometida e com um Presidente da República confrontado com as indefinições no maior partido da oposição e com as eleições para a Presidência da República que se avizinham.
Em contrapartida, e, apesar de contradições e de esclarecimentos que não esclarecem ninguém, os jornalistas são os maus da fita. Não interessa saber se existe fundamento ou não na alegada tentativa do primeiro-ministro condicionar a comunicação social, nem tão-pouco importa esclarecer se em Aveiro o crime de atentado contra o Estado de Direito é interpretado de forma diferente do que em Lisboa. É por demais evidente que é à Justiça que compete julgar quaisquer crimes, mas não é menos óbvio que em política, designadamente em democracias mais maduras, as suspeições são rapidamente esclarecidas pela classe política - ninguém se arroga o direito ao silêncio no que toca a estas matérias. Toda esta questão se torna ainda mais intrincada quando a Justiça em Portugal não tem sido digna de confiança e quando figuras como o procurador-geral da República de cada vez que vem a público falar, contradiz-se.
O resultado destas contradições e suspeições acaba por ser a fragilização do Estado de Direito e, por inerência, do próprio regime democrático. Infelizmente, o estado de sonolência geral continua a abater-se sobre o país, e a ver vamos se quando acordarmos não será tarde demais.
Tem sido curioso assistir ao depoimento de uma multiplicidade de jornalistas e directores de jornais que acusam o primeiro-ministro de ter tentado, directa ou indirectamente, condicionar as várias linhas editoriais. Nem assim se ouve uma explicação plausível por parte do primeiro-ministro que, em recorrentes manifestações de uma espécie de superioridade (embora não se compreenda bem de que forma é que essa superioridade poderia alguma vez existir), vai contando com um povo resignado, com uma Assembleia da República comprometida e com um Presidente da República confrontado com as indefinições no maior partido da oposição e com as eleições para a Presidência da República que se avizinham.
Em contrapartida, e, apesar de contradições e de esclarecimentos que não esclarecem ninguém, os jornalistas são os maus da fita. Não interessa saber se existe fundamento ou não na alegada tentativa do primeiro-ministro condicionar a comunicação social, nem tão-pouco importa esclarecer se em Aveiro o crime de atentado contra o Estado de Direito é interpretado de forma diferente do que em Lisboa. É por demais evidente que é à Justiça que compete julgar quaisquer crimes, mas não é menos óbvio que em política, designadamente em democracias mais maduras, as suspeições são rapidamente esclarecidas pela classe política - ninguém se arroga o direito ao silêncio no que toca a estas matérias. Toda esta questão se torna ainda mais intrincada quando a Justiça em Portugal não tem sido digna de confiança e quando figuras como o procurador-geral da República de cada vez que vem a público falar, contradiz-se.
O resultado destas contradições e suspeições acaba por ser a fragilização do Estado de Direito e, por inerência, do próprio regime democrático. Infelizmente, o estado de sonolência geral continua a abater-se sobre o país, e a ver vamos se quando acordarmos não será tarde demais.
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