Avançar para o conteúdo principal

Sinais animadores

Depois de tantas interrogações e pessimismo - compreensíveis - surge hoje uma notícia animadora: indicadores que mostram um aumento do ritmo da retoma da economia portuguesa. Com efeito, este é um excelente sinal que merecia ser acompanhado por um conjunto de politicas que possam permitir que o país tenha uma economia mais sólida e mais justiça social. É claro que as notícias notícias não são todas boas, afinal de contas 18 por cento dos portugueses são pobres.

Infelizmente, há quem insista em separar a eficácia económica e a redistribuição de receita, fruto, em larga medida, dessa mesma eficácia. É evidente que sem criação de riqueza é impossível falar-se de erradicação da pobreza. O que tem sido a prática no nosso país é continuar a propalar as medidas necessárias para encetar mudanças em determinados sectores, a insistência de muitos em chafurdar numa mentalidade mesquinha e de vistas curtas, e tentar remendar o crescente número de cidadãos pobres com medidas paliativas e sem resultados a médio e longo prazo.

No caso da mentalidade vigente entre nós, promove-se a indolência ou o "chico-espertismo" e os resultados estão à vista: um país pobre, a vários níveis, angustiado com o presente e sem perspectivas de futuro.

Os bons sinais com que comecei este texto vão trazendo algum ânimo. São sinais de que o pior da crise pode já ter passado, mas não escondem o facto de que a crise que se vive em Portugal vai manter-se. Para começarmos a sentir sinais de esta crise em particular está prestes do fim seriam necessárias mudanças dramáticas que o povo português, simplesmente, não está disposto a fazer.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa