As palavras do Prémio Nobel da Literatura, José Saramago, caíram mal no seio da comunidade judaica e incomodou alguns católicos. Saramago, a propósito do lançamento do seu novo livro, Caim, critica veementemente a Bíblia classificando-a como sendo um "manual da maus costumes". Para quem se lembra, na altura do lançamento do Evangelho Segundo Jesus Cristo, a polémica em Portugal chegou aos meandros políticos, ultrapassando em muito a religião.
A comunidade judaica, apegada ao Antigo Testamento, não escondeu a sua revolta relativamente às palavras de Saramago; a comunidade católica que não podia ficar para trás refere que Saramago é "ignorante". A capacidade de argumentação de ambas as comunidades religiosas resume-se a reduzir as palavras de Saramago ao ridículo e a colocar epítetos na pessoa do escritor. José Saramago tem a sua opinião que pode ser refutada com base numa discussão civilizada, mas reduzir toda a polémica à ignorância do escritor é um recurso bacoco e denota a incapacidade da Igreja Católica defender as suas posições. Não restam dúvidas: qualquer dogmatismo tolda o discernimento.
É certo que tanto a comunidade judaica como a católica não querem alimentar mais esta polémica. Talvez seja essa a razão que subjaz à pobreza patente na defesa que estas duas comunidades fazem da Bíblia e delas próprias. Seja como for, José Saramago não esconde o seu ateísmo, e partindo desse pressuposto que as suas palavras devem ser analisadas. Às comunidades religiosas em questão, mesmo não querendo alimentar polémicas e, principalmente porque não se quer alimentar polémicas, existem outros argumentos mais eficazes do que sublinhar a suposta "ignorância" de Saramago.
A comunidade judaica, apegada ao Antigo Testamento, não escondeu a sua revolta relativamente às palavras de Saramago; a comunidade católica que não podia ficar para trás refere que Saramago é "ignorante". A capacidade de argumentação de ambas as comunidades religiosas resume-se a reduzir as palavras de Saramago ao ridículo e a colocar epítetos na pessoa do escritor. José Saramago tem a sua opinião que pode ser refutada com base numa discussão civilizada, mas reduzir toda a polémica à ignorância do escritor é um recurso bacoco e denota a incapacidade da Igreja Católica defender as suas posições. Não restam dúvidas: qualquer dogmatismo tolda o discernimento.
É certo que tanto a comunidade judaica como a católica não querem alimentar mais esta polémica. Talvez seja essa a razão que subjaz à pobreza patente na defesa que estas duas comunidades fazem da Bíblia e delas próprias. Seja como for, José Saramago não esconde o seu ateísmo, e partindo desse pressuposto que as suas palavras devem ser analisadas. Às comunidades religiosas em questão, mesmo não querendo alimentar polémicas e, principalmente porque não se quer alimentar polémicas, existem outros argumentos mais eficazes do que sublinhar a suposta "ignorância" de Saramago.
Comentários
cenaculodofilosofo.blogspot.com