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Cenários

Depois dos resultados eleitorais, embora ainda falte contabilizar os círculos eleitorais da emigração, começa-se a delinear cenários sobre o futuro político do país. É evidente que na actual conjuntura o parlamento e o Presidente da República vêem a sua importância aumentar exponencialmente, enquanto que a comunicação social especula sobre possíveis coligações entre o PS e os restantes partidos de esquerda ou até mesmo entre PS e CDS-PP.

O PSD sai destas eleições muito fragilizado, através de uma liderança que volta a ser atacada em força por quem ambiciona tomar conta do partido. Alguns desses ataques são profundamente lamentáveis, como é o caso das palavras carregadas de acrimónia quer de Luís Filipe Menezes quer de Mira Amaral. Manuela Ferreira Leite merece mais consideração e respeito. E é precisamente de um PSD forte que o país precisa. As palavras "diálogo" e "negociação" vão ter, a partir de agora, um papel central no processo de decisão e com o Parlamento como palco principal para essas tomadas de decisão.

Segundo o jornal Público on-line, Sócrates vai optar por não fazer coligações, preferindo (ou não tendo outra opção?) estabelecer acordos pontuais consoante os contextos. Ora, esta estratégia vai exigir do primeiro-ministro uma forte capacidade de negociação, capacidade essa que José com o seu estilo irascível nunca conseguiu demonstrar ter. Não deixará certamente de ser um exercício interessante observar o comportamento do primeiro-ministro neste novo contexto no Parlamento.

Hoje o país aguarda pelas palavras do Presidente da República. Depois de muita polémica e de muitas incertezas, Cavaco Silva pode agora esclarecer os portugueses. A ver vamos se as palavras do Presidente não poderão ser já tardias. Na minha perspectiva e, independentemente do que diga, o Presidente já fala tarde.

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