A Presidente do Partido Social-Democrata, na esteira da estratégia de falar verdade aos portugueses, não esconde o seu cepticismo quanto à sustentabilidade do Sistema Nacional De Saúde, não escondendo que os portugueses vão ter de pagar mais para o SNS e não se opondo a mais privatizações no sector. De igual forma, fala-se com alguma insistência na co-existência de dois modelos, dando assim aos cidadãos mais possibilidades de escolha também em matéria de contribuições. Ora, o PSD assume a sua visão liberalista da Saúde.
Estas escolhas mais liberais pode degenerar em situações de manifesta injustiça, acentuando a existência de dois tipos de cidadãos: os que podem pagar serviços de saúde com qualidade e os que, por motivos económicos, estão arredados dessa escolha e que terão de contentar-se com serviços de saúde desprovidos de qualidade.Por muito que se insista que não há esse risco, a verdade é que ele existe e com a situação actual já assiste à tal diferença entre os cidadãos. Dir-se-á que não há muito que possa ser feito para corrigir essas assimetrias e que nisto, como quase tudo na vida, o dinheiro paga qualidade. Discordo. No caso da Saúde, mesmo havendo diferenças, o Estado não se pode desprender de uma das suas principais funções: garantir cuidados de saúde com uma qualidade aceitável, combatendo quaisquer disparidades gritantes que possam haver no tratamento dos cidadãos. É indubitável que com o dinheiro vem por norma a qualidade, mas o SNS tem de continuar a garantir o tratamento digno, rápido e eficiente de todos os cidadãos. Retirar ao SNS o seu carácter universalista é mexer com a sua essência.
O PSD comete um erro com o caminho que seguirá, se ganhar as eleições. Aliás, as mudanças de que a líder do partido tem falado não são seguramente do agrado da maior parte dos portugueses, muitos dos quais nem sequer sonham em optar por serviços privados, criando-se a convicção de que os portugueses têm acesso a serviços de saúde muito diferentes entre si e com a agravante dos políticos não apostarem na qualidade do SNS, apenas na sua sustentabilidade, como se ambas fossem inexoravelmente indissociáveis.
Estas escolhas mais liberais pode degenerar em situações de manifesta injustiça, acentuando a existência de dois tipos de cidadãos: os que podem pagar serviços de saúde com qualidade e os que, por motivos económicos, estão arredados dessa escolha e que terão de contentar-se com serviços de saúde desprovidos de qualidade.Por muito que se insista que não há esse risco, a verdade é que ele existe e com a situação actual já assiste à tal diferença entre os cidadãos. Dir-se-á que não há muito que possa ser feito para corrigir essas assimetrias e que nisto, como quase tudo na vida, o dinheiro paga qualidade. Discordo. No caso da Saúde, mesmo havendo diferenças, o Estado não se pode desprender de uma das suas principais funções: garantir cuidados de saúde com uma qualidade aceitável, combatendo quaisquer disparidades gritantes que possam haver no tratamento dos cidadãos. É indubitável que com o dinheiro vem por norma a qualidade, mas o SNS tem de continuar a garantir o tratamento digno, rápido e eficiente de todos os cidadãos. Retirar ao SNS o seu carácter universalista é mexer com a sua essência.
O PSD comete um erro com o caminho que seguirá, se ganhar as eleições. Aliás, as mudanças de que a líder do partido tem falado não são seguramente do agrado da maior parte dos portugueses, muitos dos quais nem sequer sonham em optar por serviços privados, criando-se a convicção de que os portugueses têm acesso a serviços de saúde muito diferentes entre si e com a agravante dos políticos não apostarem na qualidade do SNS, apenas na sua sustentabilidade, como se ambas fossem inexoravelmente indissociáveis.
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