A possibilidade da Autoeuropa encerrar as suas portas em Portugal fez soar todos os alarmes. Seria dramático para a economia portuguesa que a Autoeuropa se deslocalizasse para outro país - para além do despedimento de centenas de trabalhadoras, toda uma indústria associada à Autoeuropa se desmoronaria, levando consigo milhares de trabalhadores. Os dirigentes da Autoeuropa conhecem bem a dependência que, até certo ponto, a economia portuguesa tem da fábrica de Palmela.
O Governo, pela voz do ministro da Economia, manifestou preocupação com a falta de flexibilidade dos trabalhadores. O patrão da Sonae expressou as mesmas preocupações, isto apesar dos trabalhadores da Autoeuropa já terem dado provas de serem flexíveis nas inúmeras negociações.
Em altura de crise pedem-se sacrifícios aos trabalhadores, mas em períodos de maior estabilidade e abundância, o princípio da reciprocidade cai por terra. Há um desequilíbrio que não pode ser aceitável entre empresas e trabalhadores e as empresas, em nome da alegada sustentabilidade e da crise, jogam com aquilo que têm a seu favor: uma economia débil como a portuguesa, fortemente dependente de empresas como a Autoeuropa , uma economia globalizada e com regras nem sempre bem definidas, uma União Europeia que aceita que se faça concorrência desleal no seu próprio seio, um "pensamento único" que sustenta a irreversibilidade de globalização e dos seus efeitos e agora a seu favor uma crise mundial que tem indubitáveis efeitos negativos, mas que também é um dos maiores subterfúgios da actualidade.
É fundamental que se perceba e que se aplique o seguinte: não se pode continuar a fazer a apologia das dificuldades e da sustentabildade quando noutros períodos em que essa conjuntura não se verificava, a generalidade dos trabalhadores não era beneficiado pela conjuntura ser favorável. Logo, exigir-se que os trabalhadores continuem a fazer sacrifícios começa a ser difícil de aceitar por parte de quem não tem feito outra coisa. Dir-se-á que se a tal flexibilidade não for implementada que as empresas correm o risco de encerrar portas, quando na verdade muitas limitam-se a mudar para destinos mais apelativos.
É evidente que os trabalhadores, mesmo os "flexíveis" da Autoeuropa continuarão a ver as suas posições fragilizadas com o desemprego a atingir novos recordes todos os dias, com um Governo anódino e sem visão estratégica e, essencialmente, com as ameaças recorrentes de deslocalização. Perante isto, os trabalhadores da Autoeuropa e outros pouco mais poderão fazer do que aceitar as exigências da empresa, continuado a assistir a um acentuado retrocesso do seu bem-estar. E quando vier a retoma?
O Governo, pela voz do ministro da Economia, manifestou preocupação com a falta de flexibilidade dos trabalhadores. O patrão da Sonae expressou as mesmas preocupações, isto apesar dos trabalhadores da Autoeuropa já terem dado provas de serem flexíveis nas inúmeras negociações.
Em altura de crise pedem-se sacrifícios aos trabalhadores, mas em períodos de maior estabilidade e abundância, o princípio da reciprocidade cai por terra. Há um desequilíbrio que não pode ser aceitável entre empresas e trabalhadores e as empresas, em nome da alegada sustentabilidade e da crise, jogam com aquilo que têm a seu favor: uma economia débil como a portuguesa, fortemente dependente de empresas como a Autoeuropa , uma economia globalizada e com regras nem sempre bem definidas, uma União Europeia que aceita que se faça concorrência desleal no seu próprio seio, um "pensamento único" que sustenta a irreversibilidade de globalização e dos seus efeitos e agora a seu favor uma crise mundial que tem indubitáveis efeitos negativos, mas que também é um dos maiores subterfúgios da actualidade.
É fundamental que se perceba e que se aplique o seguinte: não se pode continuar a fazer a apologia das dificuldades e da sustentabildade quando noutros períodos em que essa conjuntura não se verificava, a generalidade dos trabalhadores não era beneficiado pela conjuntura ser favorável. Logo, exigir-se que os trabalhadores continuem a fazer sacrifícios começa a ser difícil de aceitar por parte de quem não tem feito outra coisa. Dir-se-á que se a tal flexibilidade não for implementada que as empresas correm o risco de encerrar portas, quando na verdade muitas limitam-se a mudar para destinos mais apelativos.
É evidente que os trabalhadores, mesmo os "flexíveis" da Autoeuropa continuarão a ver as suas posições fragilizadas com o desemprego a atingir novos recordes todos os dias, com um Governo anódino e sem visão estratégica e, essencialmente, com as ameaças recorrentes de deslocalização. Perante isto, os trabalhadores da Autoeuropa e outros pouco mais poderão fazer do que aceitar as exigências da empresa, continuado a assistir a um acentuado retrocesso do seu bem-estar. E quando vier a retoma?
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