Todos os dias somos inundados com notícias de planos de intervenção nas economias para fazer face à crise, mas não nos conseguimos abstrair do seguinte: apesar de todas as tentativas, a crise não dá sinais de atenuação, muito pelo contrário. Talvez o facto de insistirmos nas mesmas receitas de sempre resulte nos ostensivos fracassos. A vontade de mudança também não abunda, não esqueçamos que o modelo que agora esbarrou na crise servia os intentos de muitos.
Um bom exemplo dessa resistência à mudança é a proliferação de paraísos fiscais. Hoje deixou de ser tabu ser-se contra os paraísos fiscais, mas das palavras aos actos a distância continua a ser incomensurável. Ainda recentemente discutir a questão dos off-shores era própria da esquerda considerada mais radical, isto apesar da grave situação de iniquidade que os paraísos fiscais criam. Hoje, a situação aparentemente mudou: os paraísos fiscais são alvos de severas críticas e a classe política europeia tem-se insurgido contra a existência destes paraísos para uns e infernos para os Estados que vêem uma parte significativa das suas receitas fugir, colocando o onús sobre a classe média, mas nada se está a fazer para acabar com os paraísos fiscais.
Com efeito, a resistência à mudança também funciona como um entrave à resolução da crise. Além disso, esta situação difícil deverá ser aproveitada para corrigir as iniquidades e refrear a ganância. Se continuarmos a insistir nas mesmas receitas, dificilmente veremos luz ao fundo do túnel; se não se corrigir as injustiças e se não se atenuar as desigualdades, a coesão social sai claramente fragilizada e coloca-se em risco os equilíbrios das sociedades. Repito aquilo que tenho vindo a escrever: o grau de tolerância das pessoas tem um limite e a manutenção das desigualdades e o agravamento das dificuldades contribui inexoravelmente para acabar com a tolerância dos cidadãos. As receitas do passado, aplicadas à actual crise, com o objectivo de manter tudo na mesma, pode mesmo vir a ser perigoso.
Um bom exemplo dessa resistência à mudança é a proliferação de paraísos fiscais. Hoje deixou de ser tabu ser-se contra os paraísos fiscais, mas das palavras aos actos a distância continua a ser incomensurável. Ainda recentemente discutir a questão dos off-shores era própria da esquerda considerada mais radical, isto apesar da grave situação de iniquidade que os paraísos fiscais criam. Hoje, a situação aparentemente mudou: os paraísos fiscais são alvos de severas críticas e a classe política europeia tem-se insurgido contra a existência destes paraísos para uns e infernos para os Estados que vêem uma parte significativa das suas receitas fugir, colocando o onús sobre a classe média, mas nada se está a fazer para acabar com os paraísos fiscais.
Com efeito, a resistência à mudança também funciona como um entrave à resolução da crise. Além disso, esta situação difícil deverá ser aproveitada para corrigir as iniquidades e refrear a ganância. Se continuarmos a insistir nas mesmas receitas, dificilmente veremos luz ao fundo do túnel; se não se corrigir as injustiças e se não se atenuar as desigualdades, a coesão social sai claramente fragilizada e coloca-se em risco os equilíbrios das sociedades. Repito aquilo que tenho vindo a escrever: o grau de tolerância das pessoas tem um limite e a manutenção das desigualdades e o agravamento das dificuldades contribui inexoravelmente para acabar com a tolerância dos cidadãos. As receitas do passado, aplicadas à actual crise, com o objectivo de manter tudo na mesma, pode mesmo vir a ser perigoso.
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