Segundo o cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, os casamentos com muçulmanos são a evitar. Segundo esta putativa figura da Igreja católica portuguesa, deve-se ter "cautela com os amores. Pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem muito seriamente, é meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam.”
As afirmações do cardeal são, no mínimo, surpreendentes. Ora, quando se deve pugnar por maior diálogo entre religiões e por maior tolerância, uma afirmação desta natureza não vai seguramente cair bem entre a comunidade muçulmana em Portugal. As preocupações do cardeal até terão a sua legitimidade, mas ao fazer a exposição das mesmas, deve imperar o bom senso. E apesar da visibilidade do radicalismo islâmico e a influência que isso tem para a imagem dos Islão, a verdade é que existem correntes moderadas que necessitam de ser respeitadas.
De resto, afirmações da natureza daquelas que foram proferidas pelo cardeal patriarca de Lisboa só contribuem para acentuar ainda mais as diferenças de uma civilização com as diferenças de outra. E por muito que, de facto, se verifiquem diferenças, também será seguramente possível encontrar pontos em comum e centrar a discussão nesses mesmos pontos comuns. As afirmações de José Policarpo - com grande importância na Igreja portuguesa - contribuem, isso sim, para criar divisões insanáveis.
Consequentemente, pedia-se mais sensatez naquilo que se diz. E não se trata de uma questão conspurcada pelo politicamente correcto. Apenas se sublinha que, num mundo onde o monoteísmo divide mais do que aproxima, deve procurar-se pesar as palavras e avaliar as suas consequências. O grande problema da intolerância é a tentação de se generalizar e, no caso concreto, estas afirmações afastam também os moderados. Refira-se que a solução para grande parte dos problemas que assolam o mundo passa pelo diálogo com as correntes mais moderadas.
Nada disto invalida, contudo, a noção de que as tais correntes mais moderadas poderiam dar um outro contributo no sentido da tolerância. Mas essa incapacidade dos mais moderados e as convulsões que o mundo vive, consequência do radicalismo que impera, não justificam afirmações a raiar a intolerância. O discurso do cardeal centrou-se nas diferenças. Não deixa, no entanto, de ser paradoxal que o cardeal se queixe das dificuldades de relacionamento entre a Igreja que representa e os muçulmanos, no preciso momento em que recomenda às mulheres portuguesas que não se casem com muçulmanos. Ora, com estas afirmações cardeal está longe de contribuir para um melhoramento nas relações entre as duas religiões.
As afirmações do cardeal são, no mínimo, surpreendentes. Ora, quando se deve pugnar por maior diálogo entre religiões e por maior tolerância, uma afirmação desta natureza não vai seguramente cair bem entre a comunidade muçulmana em Portugal. As preocupações do cardeal até terão a sua legitimidade, mas ao fazer a exposição das mesmas, deve imperar o bom senso. E apesar da visibilidade do radicalismo islâmico e a influência que isso tem para a imagem dos Islão, a verdade é que existem correntes moderadas que necessitam de ser respeitadas.
De resto, afirmações da natureza daquelas que foram proferidas pelo cardeal patriarca de Lisboa só contribuem para acentuar ainda mais as diferenças de uma civilização com as diferenças de outra. E por muito que, de facto, se verifiquem diferenças, também será seguramente possível encontrar pontos em comum e centrar a discussão nesses mesmos pontos comuns. As afirmações de José Policarpo - com grande importância na Igreja portuguesa - contribuem, isso sim, para criar divisões insanáveis.
Consequentemente, pedia-se mais sensatez naquilo que se diz. E não se trata de uma questão conspurcada pelo politicamente correcto. Apenas se sublinha que, num mundo onde o monoteísmo divide mais do que aproxima, deve procurar-se pesar as palavras e avaliar as suas consequências. O grande problema da intolerância é a tentação de se generalizar e, no caso concreto, estas afirmações afastam também os moderados. Refira-se que a solução para grande parte dos problemas que assolam o mundo passa pelo diálogo com as correntes mais moderadas.
Nada disto invalida, contudo, a noção de que as tais correntes mais moderadas poderiam dar um outro contributo no sentido da tolerância. Mas essa incapacidade dos mais moderados e as convulsões que o mundo vive, consequência do radicalismo que impera, não justificam afirmações a raiar a intolerância. O discurso do cardeal centrou-se nas diferenças. Não deixa, no entanto, de ser paradoxal que o cardeal se queixe das dificuldades de relacionamento entre a Igreja que representa e os muçulmanos, no preciso momento em que recomenda às mulheres portuguesas que não se casem com muçulmanos. Ora, com estas afirmações cardeal está longe de contribuir para um melhoramento nas relações entre as duas religiões.
Comentários
-O Cardeal apenas utilizou a expressão "ter cautela". Sabe que um cristão está impedido pela Lei Islâmica de desposar uma mulher muçulmana? Sabe que segundo a Lei Islâmica, pelo casamento a mulher passa a obedecer ao marido e família deste? Sendo o casamento um contrato, não lhe parece que será avisado ler também as letras miudinhas? É que nem todas as histórias de amor terminam com um "felizes para sempre". D. José Policarpo apenas defendeu informação, bem diferente que proibição, aí sim estaria mal, porque o casamento sendo um contrato, deverá ser livremente celebrado pelas partes...