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Ainda Barack Obama

Enquanto o mundo ainda festeja a vitória de Obama,o recém-eleito e o ainda não empossado Presidente dos Estados Unidos, já faz diligências no sentido de escolher a equipa que vai governar os Estados Unidos nos próximos quatro anos. Barack Obama tem dado boas indicações sobre quem vai escolher, mostrando que procura consensos e diálogo, não fechando as portas a quem se situa num outro espectro político. De resto, Obama sempre foi o candidato da união como factor determinante para que o país e os americanos possam ultrapassar as enormes dificuldades com que se deparam.

O recém-eleito Presidente americano teve sempre o condão de não criar crispações, nem mesmo nas acesas primárias do seu próprio partido. Aliás, Obama conseguiu afastar-se inexoravelmente do jogo político mais abjecto. Em abono da verdade não se está a procurar santificar Barack Obama, mas o que é certo é Obama tem sido superiormente diferente dos seus opositores políticos. Aliás, Barack Obama parece pretender escolher pessoas próximas dos Clinton.

Essa sua capacidade e vontade de procurar consensos pode ser preciosa para mudar o rumo das políticas da Casa Branca. Além do mais, Obama vai contar quer com a Câmara dos Representantes, quer com o Senado da sua cor política - o que não quer dizer necessariamente que essa seja sempre uma vantagem. Seja como for, o novo Presidente americano vai imprimir o seu estilo à governação, o que pode implicar, como já aqui se referiu, uma alteração na forma como os EUA se apresentam ao mundo. O que, ainda assim, é diferente de dizer que os americanos vão alterar substancialmente o rumo das suas políticas - é fundamentalmente uma mudança na forma como o próximo inquilino da Casa Branca conduz os destinos do país.

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