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Um bom debate para Obama

O segundo debate, que pôs frente a frente Barack Obama e John McCain, foi manifestamente favorável ao Senador do Illinois. As duas últimas semanas forma desastrosas para o candidato republicano, o debate de terça-feira seria de extrema importância para as aspirações do Senador do Arizona. Infelizmente para John McCain, Barack Obama conseguiu mostrar que é um melhor candidato à presidência dos Estados Unidos, consolidando desta forma a vantagem sobre o seu adversário.
Há mesmo quem arrisque declarar uma vitória antecipada de Obama. Eu não iria tão longe, até porque ainda falta quase um mês para as eleições americanas. Seja como for, as próximas semanas não auguram nada de bom para McCain. A grande preocupação dos Americanos prende-se com o estado da economia americana, e as próximas semanas dificilmente poderão trazer melhorias significativas ao actual estado da economia; pelo contrario, a sensação que persiste é a de uma rápida deterioração da economia, com uma recessão à vista e a ameaça de um aumento do desemprego.
John McCain mostrou não ter grandes respostas para a actual crise, a não ser algumas medidas avulsas para aligeirar a dificuldade que muitos Americanos sentem ao pagar as suas casas. Não é que Obama tenha mostrado possuir uma receita milagrosa para a crise, mas mostrou dominar melhor o assunto e os Americanos, segundo algumas sondagens, acreditam ser este o candidato ideal para fazer face à crise.
Mesmo nos assuntos que, supostamente, são o grande forte de McCain, designadamente em matéria de política externa, Obama conseguiu ser superior ao seu adversário. Praticamente todas as análises e sondagens pós-debate dão Barack Obama como o vencedor do debate de terça-feira. Com efeito, McCain não conseguiu aproveitar uma das últimas oportunidades para dar uma nova dinâmica à sua campanha.
Tudo parece indicar que Obama será o grande vencedor das eleições de 4 de Novembro. A campanha do Senador McCain procura desbravar novos (velhos) caminhos para dar um novo fôlego à campanha. Esses caminhos são sinuosos e procuram atingir a imagem do adversário – a tentativa de associar Obama a um terrorista é exemplo disso mesmo. A pouco mais de um mês das eleições, McCain parece precisar de um milagre. A ver vamos se o povo americano não é quem providencia esse mesmo milagre.

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