A intervenção militar da Geórgia na Ossétia do Sul e a subsequente resposta militar da Rússia poderão ter consequências onerosas para a Geórgia. Em primeiro lugar importa referir que a posição do Presidente georgiano, Saakashvili, é, neste momento e doravante, periclitante. A decisão do Presidente georgiano de adoptar uma posição mais musculada face ao
Ímpeto independentista da Ossétia do Sul poderá custar-lhe a presidência.
Em segundo lugar, as consequências para a Geórgia poderão ser trágicas e, em muitos aspectos, já o são. Existe uma clara desproporção entre o poderio militar da Geórgia e da Rússia e seria expectável que caso a Geórgia interviesse militarmente na província da Ossétia do Sul – quase um protectorado russo, apesar de fazer parte integrante do território georgiano – a resposta russa não se faria esperar.
Além do mais, a Rússia e, Vladimir Putin muito em particular, terá visto uma janela de oportunidade para consolidar a sua influência na região; exercer uma clara manifestação de força; e enfraquecer um governo georgiano que é manifestamente pró-ocidental. A Rússia sairá inevitavelmente vencedora em todos os aspectos, sendo que aquele que é neste momento mais visível é aspecto militar.
Importa também referir que esta instabilidade que se instalou no Cáucaso poderá, eventualmente, não se cingir apenas à questão da Ossétia do Sul ou até mesmo à região da Abkhasia (onde os movimentos separatistas lutam também pela separação da Geórgia). É possível que a instabilidade e, designadamente o separatismo saia reforçado, não sendo, portanto, de excluir um possível efeito de contágio. Consequentemente, outras regiões do Cáucaso poderão ver reforçadas as suas intenções separatistas. Relembre-se que os problemas étnicos são profusos nesta região. Aliás, a questão do Kosovo que é reiteradamente levantada quando se fala da Ossétia do Sul, funciona como um grave precedente.
Todavia, o resultado mais imediato desta guerra passará pelo enfraquecimento do território georgiano e com uma perda efectiva de soberania. Dificilmente a Geórgia conseguirá manter sob o seu território a Ossétia do Sul e a Abkhasia. Se antes essa era uma dificuldade evidente, hoje parece uma irreversibilidade. Refira-se, contudo, que a legitimidade da Geórgia em toda esta questão da Ossétia do Sul não é posta em causa. A forma como tentou recuperar o controlo da situação é que é discutível.
Em suma, a Geórgia cometeu um erro crasso com a questão da Ossétia do Sul. Resta agora saber as dimensões efectivas desse erro. Para já, existe um consenso generalizado quanto à existência desse erro, e tanto mais é assim que o próprio Presidente georgiano não teve alternativa do que evocar tréguas. Espera-se que a Rússia nos próximos dias refreie as suas demonstrações de poderio militar e que a comunidade internacional consiga exercer a sua influência na decisão de se voltar às negociações.
Ímpeto independentista da Ossétia do Sul poderá custar-lhe a presidência.
Em segundo lugar, as consequências para a Geórgia poderão ser trágicas e, em muitos aspectos, já o são. Existe uma clara desproporção entre o poderio militar da Geórgia e da Rússia e seria expectável que caso a Geórgia interviesse militarmente na província da Ossétia do Sul – quase um protectorado russo, apesar de fazer parte integrante do território georgiano – a resposta russa não se faria esperar.
Além do mais, a Rússia e, Vladimir Putin muito em particular, terá visto uma janela de oportunidade para consolidar a sua influência na região; exercer uma clara manifestação de força; e enfraquecer um governo georgiano que é manifestamente pró-ocidental. A Rússia sairá inevitavelmente vencedora em todos os aspectos, sendo que aquele que é neste momento mais visível é aspecto militar.
Importa também referir que esta instabilidade que se instalou no Cáucaso poderá, eventualmente, não se cingir apenas à questão da Ossétia do Sul ou até mesmo à região da Abkhasia (onde os movimentos separatistas lutam também pela separação da Geórgia). É possível que a instabilidade e, designadamente o separatismo saia reforçado, não sendo, portanto, de excluir um possível efeito de contágio. Consequentemente, outras regiões do Cáucaso poderão ver reforçadas as suas intenções separatistas. Relembre-se que os problemas étnicos são profusos nesta região. Aliás, a questão do Kosovo que é reiteradamente levantada quando se fala da Ossétia do Sul, funciona como um grave precedente.
Todavia, o resultado mais imediato desta guerra passará pelo enfraquecimento do território georgiano e com uma perda efectiva de soberania. Dificilmente a Geórgia conseguirá manter sob o seu território a Ossétia do Sul e a Abkhasia. Se antes essa era uma dificuldade evidente, hoje parece uma irreversibilidade. Refira-se, contudo, que a legitimidade da Geórgia em toda esta questão da Ossétia do Sul não é posta em causa. A forma como tentou recuperar o controlo da situação é que é discutível.
Em suma, a Geórgia cometeu um erro crasso com a questão da Ossétia do Sul. Resta agora saber as dimensões efectivas desse erro. Para já, existe um consenso generalizado quanto à existência desse erro, e tanto mais é assim que o próprio Presidente georgiano não teve alternativa do que evocar tréguas. Espera-se que a Rússia nos próximos dias refreie as suas demonstrações de poderio militar e que a comunidade internacional consiga exercer a sua influência na decisão de se voltar às negociações.
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