O Presidente da Federação Russa, Dmitri Medvedev, reconheceu a independência das regiões georgianas da Ossétia do Sul e da Abkházia. Esta decisão do Presidente russo deteriora seriamente as relações entre a Rússia e o Ocidente. Além do reconhecimento da independência das duas regiões, o Presidente russo frisou não ter qualquer problema em regressar à guerra-fria. O discurso de Medvedev põe em causa um regresso à normalização entre as relações russas e ocidentais.
Com efeito, parece caminharmos a passos largos para um intensificar do tom entre UE, NATO, EUA e a Rússia. O aproveitamento russo de uma situação criada pelo presidente georgiano, ao ter intervindo na Ossétia do Sul, leva necessariamente ao aumento da hegemonia russa na região e a um inevitável isolamento internacional. O Presidente russo não parece, porém, particularmente preocupado com a questão do isolamento da Rússia no panorama internacional.
A União Europeia e os Estados Unidos acabaram por provar o seu próprio veneno: a questão do Kosovo. A UE e os EUA foram habilidosos na forma como contornaram a lei internacional e apoiaram as intenções independentistas de uma região que fazia parte da integridade territorial de um país. Hoje, essa mesma UE e os Estados Unidos têm manifestas dificuldades em argumentar contra o reconhecimento russo da independência de duas regiões que fazem parte integrante da Geórgia.
Mas a Rússia também poderá provar do seu próprio veneno. No seu território também existem movimentos separatistas e regiões que os apoiam, embora a repressão russa tenha tido bastante eficácia em cercear esses mesmos movimentos. Em qualquer caso, a Rússia sai visivelmente vencedora de toda esta situação e um hipotético regresso aos tempos da guerra-fria parece cada vez mais verosímil. A Rússia consegue, de um modo geral, a consolidação da sua posição de domínio e influência na região do Cáucaso. Em contrapartida, a UE não tem uma liderança forte que lhe permita ter real capacidade de negociação, embora o Presidente francês, Nicolas Sarkozi, tenha encetado negociações com proficuidade. Os EUA, enfraquecidos, não têm capacidade de ir muito mais além do que as palavras.
O tom entre o Ocidente e a Rússia vai seguramente aumentar. Resta saber se isso será suficiente para assistirmos a um regresso aos tempos em que o mundo estava suspenso pelas decisões de Washington e do Kremlin.
Com efeito, parece caminharmos a passos largos para um intensificar do tom entre UE, NATO, EUA e a Rússia. O aproveitamento russo de uma situação criada pelo presidente georgiano, ao ter intervindo na Ossétia do Sul, leva necessariamente ao aumento da hegemonia russa na região e a um inevitável isolamento internacional. O Presidente russo não parece, porém, particularmente preocupado com a questão do isolamento da Rússia no panorama internacional.
A União Europeia e os Estados Unidos acabaram por provar o seu próprio veneno: a questão do Kosovo. A UE e os EUA foram habilidosos na forma como contornaram a lei internacional e apoiaram as intenções independentistas de uma região que fazia parte da integridade territorial de um país. Hoje, essa mesma UE e os Estados Unidos têm manifestas dificuldades em argumentar contra o reconhecimento russo da independência de duas regiões que fazem parte integrante da Geórgia.
Mas a Rússia também poderá provar do seu próprio veneno. No seu território também existem movimentos separatistas e regiões que os apoiam, embora a repressão russa tenha tido bastante eficácia em cercear esses mesmos movimentos. Em qualquer caso, a Rússia sai visivelmente vencedora de toda esta situação e um hipotético regresso aos tempos da guerra-fria parece cada vez mais verosímil. A Rússia consegue, de um modo geral, a consolidação da sua posição de domínio e influência na região do Cáucaso. Em contrapartida, a UE não tem uma liderança forte que lhe permita ter real capacidade de negociação, embora o Presidente francês, Nicolas Sarkozi, tenha encetado negociações com proficuidade. Os EUA, enfraquecidos, não têm capacidade de ir muito mais além do que as palavras.
O tom entre o Ocidente e a Rússia vai seguramente aumentar. Resta saber se isso será suficiente para assistirmos a um regresso aos tempos em que o mundo estava suspenso pelas decisões de Washington e do Kremlin.
Comentários