Depois do Acordo Ortográfico ter sido ratificado no Parlamento, foi agora a vez do Presidente da República ter promulgado o documento. Toda a discussão sobre o Acordo Ortográfico foi inquinada por uma classe política que trata os cidadãos com um desprezo absolutamente inaceitável. Exceptuando alguns cidadãos mais conscientes que colocaram questões sobre o documento, levantaram objecções e mais do que isso, contestaram, com recurso a uma sólida linha argumentativa, o acordo, este documento passou à revelia dos Portugueses.
O Presidente mais não fez do que o já era esperado: promulgou o documento de acordo com a sua opinião sobre o assunto. Cavaco Silva sempre se mostrou favorável ao Acordo Ortográfico. As quase oitenta mil assinaturas que constam de uma petição contra o Acordo Ortográfico tiveram um impacto nulo na decisão do Presidente.
É curioso como a classe política menospreza os cidadãos. Ainda que possamos compreender que muitas decisões não têm de passar directamente pelos cidadãos, através nomeadamente de referendo, a classe política não pode comportar-se como um grupo de iluminados que dispensa a troca de ideias. A verdade é que sobre este tema – e recorde-se que a questão do Acordo Ortográfico vem, pelo menos, desde os anos 90 – não houve uma discussão séria. A classe política nunca se mostrou interessada em promover debates, recorrendo às universidades portuguesas e alargando essa discussão ao conjunto dos Portugueses.
Na verdade até parece que estamos a lidar com uma questão técnica, daquelas que não saem dos gabinetes. Trata-se, pelo contrário, da língua que é comum a todos os cidadãos, língua que é parte integrante da cultura e identidade de um povo.
Os políticos devem repensar as respectivas acções políticas, em particular no que diz respeito à participação dos cidadãos. Muito se tem falado do alheamento dos portugueses relativamente à política. Ora, o caso do Acordo Ortográfico pode, seguramente, explicar esse cenário de alheamento. Durante anos, dispensou-se a opinião dos cidadãos, utilizando repetidamente o argumento que esta é uma questão técnica, ou invalidando o debate de ideias através da inacção. A língua é de todos, e todos merecem dar a sua opinião; ou pelo menos merecem assistir à digladiação de argumentos, próprias de debates que não existiram, ou foram incipientes. Vaticino que esta classe política vai ficar ligada ao Acordo Ortográfico pelas piores razões.
O Presidente mais não fez do que o já era esperado: promulgou o documento de acordo com a sua opinião sobre o assunto. Cavaco Silva sempre se mostrou favorável ao Acordo Ortográfico. As quase oitenta mil assinaturas que constam de uma petição contra o Acordo Ortográfico tiveram um impacto nulo na decisão do Presidente.
É curioso como a classe política menospreza os cidadãos. Ainda que possamos compreender que muitas decisões não têm de passar directamente pelos cidadãos, através nomeadamente de referendo, a classe política não pode comportar-se como um grupo de iluminados que dispensa a troca de ideias. A verdade é que sobre este tema – e recorde-se que a questão do Acordo Ortográfico vem, pelo menos, desde os anos 90 – não houve uma discussão séria. A classe política nunca se mostrou interessada em promover debates, recorrendo às universidades portuguesas e alargando essa discussão ao conjunto dos Portugueses.
Na verdade até parece que estamos a lidar com uma questão técnica, daquelas que não saem dos gabinetes. Trata-se, pelo contrário, da língua que é comum a todos os cidadãos, língua que é parte integrante da cultura e identidade de um povo.
Os políticos devem repensar as respectivas acções políticas, em particular no que diz respeito à participação dos cidadãos. Muito se tem falado do alheamento dos portugueses relativamente à política. Ora, o caso do Acordo Ortográfico pode, seguramente, explicar esse cenário de alheamento. Durante anos, dispensou-se a opinião dos cidadãos, utilizando repetidamente o argumento que esta é uma questão técnica, ou invalidando o debate de ideias através da inacção. A língua é de todos, e todos merecem dar a sua opinião; ou pelo menos merecem assistir à digladiação de argumentos, próprias de debates que não existiram, ou foram incipientes. Vaticino que esta classe política vai ficar ligada ao Acordo Ortográfico pelas piores razões.
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